A política diante da pademia do coronavírus tem sido um dos principais debates políticos do País. A divergência no interior da burguesia e da direita golpista se resume ao que quer Bolsonaro, que não haja quarentena e que tudo volte ao normal, e o que quer a maior parte da direita, representada principalmente pelos governadores como João Doria (PSDB), Wilson Witzel e outros. É preciso dizer, no entanto, que embora existam essas contradições, em grande medida no que diz respeito à política essecial para o povo não há diferenças.
Toda a direita está unificada em torno dos ataques contra o povo, inclusive no que diz respeito a matar a população com a pandemia já que não há nenhuma proposta real para combater a epidemia.
No meio disso tudo, a esquerda pequeno-burguesa tem se colocado a reboque da direita tradicional. ssim como ela, a esquerda tem apresentado como política seguir a quarentena, sem um programa real para os trabalhadores e o povo pobre, inclusive sem um chamado sério para a mobilização.
Essa política criminosa da esquerda que se coloca a reoque da direita ficou clara com a postura dos deputados estaduais do PT diante de João Doria. O deputado petista Emídio de Souza afirmou que “é uma questão de bom senso, não dá para fazer oposição por oposição. As medidas corretas têm que ser apoiadas. Se Doria está fazendo o papel correto, temos que apoiar. Não significa estar do lado de Doria, mas do lado do povo. O país precisa se unir em torno do combate ao coronavírus, isso não significa fazer aliança política”.
A prórpria Folha de S. Paulo publicou matéria dizendo que “Atacado por bolsonaristas, Doria recebe apoio com crítica pontual de partidos de oposição”.
Com isso, a esquerda entra de cabeça na política criminosa da direita, ignorando uma coisa muito simples: João Doria é o governador que se elegeu fazendo a propaganda de que ele era o “Bolsodória”. Ou seja, o governador tucano de São Paulo é tão fascista quanto Bolsonaro.
Pior ainda, se governo é a continuidade de quase três décadas de governos tucanos em São Paulo, que primaram pela destruição de serviços públicos, em primeiro lugar da Saúde; promoveram as privatizações, terceirizações em massa e tudo mais contra o povo e que – diante da pandemia – estão demitindo, reprimindo e não adotando nenhuma medida efetiva de combate à situação, a não ser de “socorro” aos capitalistas e de tapeação do povo trabalhador.
A esquerda joga, assim, o povo nas mãos desse fascista que no final das contas aparece fazendo campanha eleitoral para 2022 e por isso faz questão de se mostrar como um antagonista de Bolsonaro. Um comentário nas redes sociais dizia que “Bolsonaro é um palhaço (que nos perdoem os artistas), mas o oscar de melhor ator vai para João Doria”. A sabedoria popular é mais certeira do que a percepção da esquerda nacional.
Nem Bolsonaro nem Doria irão resolver o problema da pandemia e da crise social. Pelo contrário, estão unidos nos ataques ao povo. É preciso uma política independente para os trabalhadores e todo o povo e colocar para fora Bolsonaro, Doria e todos os golpistas.