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Aliado golpista de Bolsonaro sofre ameaça de impeachment no Paraguai

O presidente do Paraguai, Mario Abdo Benítez, sofreu uma ameaça de impeachment devido ao acordo quase secreto com o governo de Jair Bolsonaro, para renegociar a compra de energia elétrica de Itaipu.

Em maio, Abdo e Bolsonaro assinaram uma ata na qual o Paraguai pagaria mais caro pela energia gerada pela usina binacional. O documento foi assinado basicamente de modo secreto, e somente na semana passada ele foi divulgado.

O acontecimento gerou uma crise gigantesca. A oposição acusou Abdo de ser um traidor da pátria e estar agindo de acordo com os interesses brasileiros. Parcela da própria burguesia paraguaia se sentiu contrariada, chamando o acordo de “entreguista”. A pressão levou à renúncia do ministro de Relações Exteriores, do presidente paraguaio de Itaipu e de outros dois funcionários de alto escalão. Em editorial dessa quinta-feira (01), o jornal ABC pediu a destituição do vice-presidente, Hugo Velázquez.

O governo estava em completa crise e Abdo poderia sofrer o impeachment, porém tal pressão o levou a cancelar o acordo com o Brasil, diminuindo assim o risco de destituição.

Antes disso, o governo brasileiro declarou, por meio de nota do Itamaraty, que o impeachment de Abdo seria uma “quebra da ordem democrática” no Paraguai. Uma tentativa de impedir a quebra da negociação, que favoreceria diretamente empresa ligada à família Bolsonaro, segundo as denúncias.

Além disso, a declaração do governo brasileiro é absolutamente cínica. Por um lado, o Brasil não tem nenhuma legitimidade de falar em “quebra da ordem democrática” em outro país, uma vez que Bolsonaro é resultado de uma ruptura com a democracia, que foi o golpe de 2016 e sua eleição fraudulenta em 2018. Por outro, o atual governo paraguaio também é resultado de uma ruptura, em 2012, quando o imperialismo depôs o esquerdista Fernando Lugo para devolver o poder à direita e Abdo foi “eleito” para implementar uma política ainda mais direitista e entreguista, aliando-se a Bolsonaro.

Mas o governo brasileiro também denuncia a tentativa de impeachment porque sabe que, se Abdo cair, será uma derrota para Bolsonaro, e um exemplo a ser seguido no Brasil, onde o presidente ilegítimo também sofre ameaças – até agora apenas vagas – de impeachment, mas especialmente de queda pela força popular, se essa for organizada nesse sentido pela esquerda – uma vez que o povo realmente clama pela derrubada de Bolsonaro.

Obviamente, um impeachment de Abdo seria uma deposição pela via institucional pela própria burguesia paraguaia, mas, como já está sendo demonstrado por essa crise, abriria uma convulsão política ainda maior no Paraguai, que não superou o golpe de 2012, o que poderia levar à ascensão do movimento popular paraguaio.

O mesmo ocorre no Brasil: um impeachment de Bolsonaro enfraqueceria o governo, embora a burguesia tente estabilizar a crise colocando um político com a mesma política de Bolsonaro em seu lugar. Entretanto, se a esquerda conseguir mobilizar a população nas ruas, exigindo eleições gerais, poderá virar o jogo em seu favor e estabelecer uma saída democrática e com participação popular para a crise, derrotando Bolsonaro e o golpe.

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