Da redação – Essa semana o ministro bolsonarista do Meio Ambiente, Ricardo Salles, convocou uma solenidade para lançar a “Pedra Fundamental da Privatização” do Parque Nacional do Pau-Brasil (PNPB), em Porto Seguro, no Extremo Sul da Bahia.
A privatização da unidade de conservação e a entrega de todos os serviços do PNPB para a empresa Hope foi comemorada pelo ministro fascista e pela direção do Instituto Chico Mendes de Conservação (ICMBio).
Para realizar a privatização a direção do ICMBio e os bolsonaristas, que desprezam Chico Mendes e sua luta, mesmo que extremamente moderada, pelos direitos dos trabalhadores e o meio ambiente, impediram de todas as formas que as comunidades, agricultores e a população de Porto Seguro participassem da discussão da privatização do Parque Nacional do Pau-Brasil. Tanto é, que uma questão que estava sendo discutida e ficou em aberto nesse processo, é a participação de guias locais pertencentes a comunidade afetada pela demarcação do Parque Nacional.
E ainda montou uma farsa para atacar os movimentos sociais, indígenas, partidos políticos, sindicatos e a população que lutava contra a entrega desse patrimônio da população para empresas privadas, numa clara tentativa de intimidar em futuras ações contra a privatização.
O governo Bolsonaro colocou em prática um plano de entrega das unidades de conservação em todo o país para as empresas privadas em detrimento da população visitante e das comunidades do entorno, pois serão cobradas altas taxas de todos os serviços, desde estacionamento até visitação.
Os dois parques nacionais da região que ainda não foram privatizados: Parque Nacional do Monte Pascoal e Parque Nacional do Descobrimento foram implantados dentro dos limites identificados como terra indígena Pataxó.
Os indígenas da etnia Pataxó lutam pela demarcação desse território há décadas e pouca coisa foi feita pelo governo e agora chega mais um enorme ataque com a privatização do Parque Nacional do Pau-Brasil.
As comunidades que vivem no entorno dos PN Monte Pascoal e PN do Descobrimento, onde milhares de pessoas que têm seu sustento das atividades oriundas do turismo de guias para visitantes e de venda de artesanato vai ser duramente afetada pelos golpistas da direção do ICMBio e do governo Bolsonaro.
Este fato fica mais evidente que há uma militarização do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) e Fundação Nacional do Índio (Funai), com nomeação de elementos de extrema-direita, anti-indígenas e movimentos sociais.
O próprio ministro fascista do meio ambiente, Ricardo Salles, que atacou Chico Mendes, e seus nomeados e cargos de confiança dentro do ICMBio não vão ouvir a comunidade e muito menos respeitar a terra indígena que o povo pataxó luta há muito tempo.
A população do entorno desses parques nacionais, comunidades vizinhas, posseiros assentamentos e, principalmente os indígenas, tem que se organizar para evitar a entrega do Parque Nacional do Pau-Brasil para as empresas privadas e contra a futura privatização do Parque Nacional do Descobrimento e do Monte Pascoal.
É preciso denunciar a política de entrega do patrimônio nacional para os capitalistas. Que os recursos naturais e as unidades de conservação sejam geridas pela população local e os indígenas que estão nessas terras desde antes do descobrimento.