Os grupos alemães de extrema-direita aumentaram em 2019, segundo pesquisa de uma agência de inteligência alemã (o BfV). Divulgada nesta semana pelo jornal alemão Tagesspiegel, ela informa que atualmente tais grupos contam com pelo menos 32,2 mil integrantes. Em 2018, haviam sido identificados 24,1 mil militantes de extrema-direita.
Na contagem de nazistas, foram acrescentados grupos associados ao partido neonazista Alternativa para a Alemanha. Por exemplo, 7 mil membros do grupo A Ala (Der Flügel) passaram a ser considerados extremistas de direita, com potencial para praticar ataques terroristas, intimidar imigrantes e outros setores vulneráveis, e cometer assassinatos.
Órgãos de segurança alemães afirmam à imprensa que estão comprometidos com o controle das facções neonazistas. Foram anunciadas recentemente medidas para intensificar a vigilância das comunicações de células mais violentas e para nelas infiltrar agentes.
O crescimento da extrema-direita alemã na última pesquisa não surpreende. Em outubro ocorreu na cidade de Halle um ataque antissemita que vitimou duas pessoas. O político direitista Walter Lübke foi assassinado em junho por um nazista que o acusava de ser demasiado simpático com os imigrantes. Pontos turísticos de Berlim são patrulhados por grupos de extrema-direita, que visam sobretudo moradores de rua, imigrantes e aquilo que julgam como “potenciais batedores de carteira”.
O movimento anti-islâmico fascista Pegida foi fundado em Dresden, cidade do leste alemão, em 2014. A imprensa dá conta de investigações sobre a articulação de grupos nazistas dentro de instituições públicas, como a polícia de Frankfurt. Uma célula denominada Clandestinidade Nacional-Socialista (NSU) foi responsável pelas mortes de pelo menos 9 imigrantes e um policial nos anos 2000. A condenação da líder do grupo e de pessoas associadas se deu apenas em 2018. Investigações de parlamentares alemães sobre a atuação do estado na prevenção e apuração dos assassinatos concluíram que houve omissão e negligência da parte das instituições de segurança.
A grande crise econômica de 2008 não foi superada. Seus efeitos ainda perseguem os capitalistas em todo o mundo. É da natureza do capitalismo a ocorrência de grandes crises e, à medida que o imperialismo cambaleia, elas tendem a se tornar cada vez maiores. Quando a burguesia perde o controle da crise econômica pelas vias “democráticas” usuais, ela recorre a um instrumento mais perigoso e drástico, ao fascismo, para roubar dos trabalhadores os recursos de que o capital necessita para prolongar um pouco a sua vida. Mas o capitalismo está na UTI. É preciso unificar os trabalhadores para destruí-lo de vez e instaurar o socialismo!