Enquanto o governo Bolsonaro e a direita realizam os ataques contra os trabalhadores e a entrega do patrimônio nacional para os países imperialistas, a esquerda brasileira está totalmente voltada para as eleições municipais deste ano.
Deixando de lado a luta contra o golpe e a direita, setores da esquerda começam a articular alianças com a direita e a enxertar candidatos que nunca tiveram nenhuma identificação com a luta dos trabalhadores. Na Bahia esse processo está cada vez mais escancarado, pois está sendo encabeçado pelo governador Rui Costa.
Na disputa para escolher o candidato à prefeitura de Salvador, o Partido dos Trabalhadores (PT) possui quatro candidatos, o ex-ministro da Cultura Juca Ferreira, a socióloga Vilma Reis, a secretária estadual Fabya Reis e o deputado estadual Robinson Almeida, todos quadros antigos do PT e ligados a movimentos sociais e culturais. A escolhida do governador sequer é filiada ao partido e está ligada a direita e ao aparato repressivo estatal.
A escolhida pela ala direita do PT baiano comandada pelo governador Rui Costa é a Major da Polícia Militar Denice Santiago. A Major sequer é uma filiada ao PT e muito menos possui um histórico de luta ou defesa dos trabalhadores e da população. Pelo contrário, é uma PM ‘exemplar’ que chegou a Major, sendo a segunda mulher a chegar a essa patente, justamente por cumprir todos os requisitos e não questionar o funcionamento de uma organização controlada pela direita e que apenas serve para atacar a população negra e pobre, que é a Polícia Militar.
A ala direita do PT está justificando de maneira demagógica a sua candidatura dizendo que é uma policial responsável pela Ronda Maria da Penha, que se dedica a dar “segurança” a mulheres que sofreram violência do companheiro, tem mestrado no estudo da discriminação racial dentro da PM e, segundo as informações é feminista. Tudo isso é pura demagogia, pois todos sabem se questionasse a estrutura da PM não chegaria a patente de Major, mas a ala direita está se utilizando dessa demagogia: mulher, negra e feminista.
Colocar um policial militar para concorrer as eleições da capital da Bahia é uma capitulação a direita golpista e um ataque a grande base de trabalhadores e da população que está dentro do PT ou é muito próxima. A PM é um dos principais instrumentos da burguesia para reprimir os trabalhadores nas greves e manifestações, e também que mata os negros e pobres das favelas e bairros periféricos.
É clara a política da ala direita do PT da Bahia, encabeçada pelo governador Rui Costa, que é ir a reboque da campanha da direita de colocar policiais para concorrer as eleições com a falsa afirmação colocada pela burguesia que a população se aproximou de Bolsonaro devido a política de combate ao crime e de apoio aos militares.
Essa ala do PT ligada ao governador que evitar que setores ligados a base do PT concorram as eleições e coloquem em xeque a política de ataques aos trabalhadores e de aproximação com a direita e ex-carlistas que está sendo realizada por Rui Costa. O governador que ter o partido na mão sem a interferência da base que se opõe totalmente a política de ataque aos trabalhadores, como a reforma da previdência, privatizações e ataques aos sem-terra.
Devido à grande base popular e de trabalhadores, o PT deveria lançar candidatos que se identifiquem com a luta dos trabalhadores, e não ligadas à repressão e à direita golpista. É preciso se opor e denunciar a aproximação da ala direita do PT com os golpistas e evitar “enxertar” candidatos que fazem parte de outros partidos ou da polícia nos quadros do PT somente para concorrer as eleições, mas que depois vai atacar os trabalhadores e a população.