A Bolsa de Valores de São Paulo sofreu em agosto a maior retirada de capitais para o estrangeiro desde 1996. Foram quase R$ 11 bilhões, diferença entre o volume de compras e vendas de ações ao longo daquele mês.
A imprensa burguesa enfatizar que este problema decorre do receio dos capitalistas com uma recessão econômica global que se aproxima. Esta é apenas uma meia verdade, de uma burguesia que sempre se esquiva de assumir a culpa por sua própria política. No mês de maio último, diante de outra grande fuga de capitais, a burguesia brasileira culpou a greve dos caminhoneiros e dos petroleiros.
A fuga de capitais acontece por que a desconfiança dos capitalistas na economia brasileira é ainda maior do que a desconfiança na economia global. Não poderia ser diferente, já que a política de terra arrasada levada adiante pelos golpistas não dá aos capitalistas expectativas de retornos estáveis e permanentes. É um governo de espólio. Em suas próprias palavras, Bolsonaro não veio para construir nada. Veio para “acabar com os vermelhos”, ou seja, reprimir a população que tenta resistir ao roubo completo das riquezas que está sendo praticado.
Num capitalismo global em crise, a grande burguesia trata de concentrar ao máximo suas riquezas, que assim voltam para os grandes centros financeiros.