No final do ano, Neymar esteve novamente nas principais páginas da imprensa burguesa. Não pelo futebol que jogou ou deixou de jogar, mas porque o atacante do PSG teria cometido “o crime” de dar uma festa em plena pandemia. Muitas especulações foram feitas: uma festa de 500 pessoas, jatinhos buscando convidados, proibição de uso de celulares.
A notícia foi a deixa para o ataque ao jogador. Imprensa golpista e esquerdistas nas redes sociais começaram a cobrar uma postura moral de Neymar pois ele estaria dando um “mau exemplo” para os seus seguidores.
Para quem não conhece as histórias do futebol, dá a impressão que Neymar é o único jogador da face da terra que não apresenta um comportamente dentro da moralidade da família tradicional cristã.
Mas não se trata disso. O moralismo dos que atacam Neymar não é produto de nenhuma preoocupação real com os bons costumes e o bom exemplo. O que está havendo é mais uma vez a campanha contra o jogador.
Essa campanha visa a perseguir o melhor jogador brasileiro da atualidade. Já está mais do que claro que o jogador sempre será alvo de ataques. Hoje é por uma festa, amanhã é por não fazer festa.
Tanto que o jogador apareceu ironizando a polêmica sobre sua suposta festa de 500 convidados. Segundo ele, não houve festa e seu Natal eRéveiilon foram comemorados em família.
Impossível saber exatamente o que aconteceu, mas o desmentido de Neymar foi outro motivo para ataques ao jogador. Quando se trata de Neymar, nada está bom.
Voltando à questão da festa, há um outro aspecto do problema. Quando a burguesia cinicamente exige um comportamento exemplar do jogador o que devemos interpretar é que ela está jogando no colo dos outros a culpa pela pandemia.
A direita já permitiu a morte de 200 mil pessoas oficialmente pelo coronavírus, nada faz em relação à pandemia e coloca a culpa no povo, inclusive colocando em marcha uma política repressiva. Ao criticar Neymar, a burguesia está no fundo querendo reforçar a ideia de a culpa pela pandemia não é dos governos direitistas mas do povo que faz festa e aglomeração, “esse povo irresponsável”.
A burguesia e sua imprensa venal – seguida caninamente por esquerdistas que têm aversão ao povo – critica as festas aglomerações do povo, mas não fala nada sobre o transporte público lotado todos os dias, as fábricas funcionando etc. A culpa é das festas.