Da redação – Duas viaturas com policiais militares invadiram, na manhã desta sexta-feira (27), a ocupação Dandara, do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST), localizado na periferia de Maceió (AL) e, de maneira violenta, renderam os acampados e queimaram objetos, incluindo a bandeira da organização.
Uma das coordenadoras do MTST foi algemada mas acabou sendo solta antes de ser conduzida. Outra coordenadora, Eliane Silva, disse à imprensa capitalista que os PMs gritaram “quem manda agora é Bolsonaro” e “Lula está morto”.
“Renderam pessoas, mandaram outras entrarem nos barracos, invadiram e quebraram coisas da cozinha coletiva. Rasgaram nossos livros de registros”, relatou. “Tocaram fogo em nossas bandeiras e disseram que tínhamos que trocar pela bandeira do Brasil”, completou.
O MTST afirmou que vai se reunir na segunda-feira (30) com representantes do governo de Renan Filho (MDB), da PM e do judiciário de Alagoas para falar sobre a bárbara ação fascista de hoje.
Entretanto, esse não é o caminho. A ação foi feita justamente pela PM, órgão integralmente fascista por natureza, e comandado pelo governo estadual. O judiciário, por sua vez, é uma das instituições mais reacionárias do Estado burguês e sempre acoberta os PMs assassinos e violadores. Não adianta recorrer a nenhuma instituição do Estado.
O MTST, os movimentos de luta por moradia e pela terra, as organizações populares, de trabalhadores, dos oprimidos, os partidos de esquerda, devem ter a clara compreensão de que trata-se de um ataque fascista e que esse tipo de ataque tem sido cada vez mais comum, seja por órgãos de repressão estatais como a PM ou por grupos “civis”, como o que atacou a produtora do Porta dos Fundos.
Esse episódio também comprova que a PM é bolsonarista e que pode, a qualquer momento, servir de milícia fascista oficial na implementação de uma ditadura de Bolsonaro. Esse é mais um motivo para derrubar, o mais rápido possível, o governo ilegítimo de Bolsonaro e todo o regime golpista.
Para combater o fascismo, é preciso se organizar independentemente do Estado burguês e das instituições. Os oprimidos, os sem teto, sem terra e os trabalhadores, devem organizar comitês de autodefesa para se protegerem, lutando também pelo direito ao armamento das grandes massas populares e pelo fim da PM, que não passa de um órgão criado e que atua com a exclusiva finalidade de exterminar as organizações populares.