Ontem (7), nas primeiras horas do dia, foi votado o segundo turno da “reforma” da Previdência. Com 370 votos, nove votos a menos que no primeiro turno, mas bem acima dos 308 necessários, os deputados do Congresso dominado pela direita confirmaram o roubo da aposentadoria de milhões de trabalhadores. Os brasileiros terão que trabalhar mais, para se aposentar mais tarde e receber menos ao se aposentarem, se conseguirem se aposentar com as novas idades mínimas, de 62 anos para mulheres e 65 para homens.
Os deputados viraram a noite para concluir rapidamente a votação contra o povo. As manobras da oposição para tentar travar a votação dentro do Parlamento foram tranquilamente atropeladas pela direita, que predomina dentro da Câmara dos Deputados e aprovaram por ampla margem a proposta. No entanto, apesar de a direita dominar o panorama parlamentar, não foi por convicção ideológica que tantos deputados contribuíram para essa vitória do governo.
Em julho, foram liberados R$3,044 bilhões em emendas parlamentares, para que os deputados façam, por exemplo, obras em seus redutos eleitorais. Esta é uma forma de comprar o voto dos deputados, abertamente. Não há sequer disfarce a respeito dessa manobra. A própria imprensa burguesa explica que isso funciona exatamente assim. O deputado ganha uma determinada quantia para gastar, e em troca garante seu voto.
É assim que termina a “luta contra a corrupção” que a direita levanta demagogicamente contra seus adversários em momentos convenientes. Uma vez que a direita esteja no poder, compram deputados a céu aberto, gastando quantias enormes de dinheiro público para roubar o povo, como no caso dessa “reforma” da Previdência, que é um assalto direto à carteira dos futuros aposentados.
A manobra foi tão descarada que, para a imprensa burguesa, um dos deputados, sob condição de manter o anonimato, afirmou que: “agora, com esse ‘extrinha’, vai”. O “extrinha” são os R$3 bilhões, e o “agora vai” era a garantia de que a proposta de reforma do governo seria aprovada. Um escárnio da direita diante do povo. Para derrotar a direita golpista e impor uma reversão desses ataques aos trabalhadores, é necessário tomar as ruas exigindo o fim desse governo.