Agenda bolsonarista do governador Rui Costa (PT) na Bahia

Como na época do carlismo, o governo do Estado da Bahia utilizou a Assembleia Legislativa da Bahia (AL-BA) como um instrumento dócil para impor medidas contra o povo baiano. Nessa quarta (12/12), evitando as manifestações organizadas pela CUT e entidades representativas dos servidores públicos, foi realizada uma seção secreta da AL-BA longe do plenário.

O governo da ala direita do PT (aliado com egressos da direita carlista, e distante das posições da base do partido) reeleito em primeiro turno, demostrou o verdadeiro caráter da sua gestão. Uma vez passada a demagogia eleitoral, Rui Costa impôs a aprovação do PL 22.971 que majora a alíquota da previdência para o servidor público(a contribuição previdenciária passa de 12% para 14%), além de  cortar pela metade o aporte financeiro do governo estadual ao plano de saúde do servidor, o PLANSERV, além de estabelecer o  fechamento de escolas públicas.

A proibição da presença dos servidores públicos na votação do PL 22. 971, a completa falta de negociação com os representantes sindicais das categorias dos servidores públicos ( somente foi feita negociação  com os representantes dos delegados, para evitar a votação do item que estabelecia o teto salarial de acordo com o salário do governador, cerca de 22 mil reais) indicam que o “ governo popular” da ala direita PT teme o próprio povo, mas isso por um motivo simples, o governo “ popular” governa contra os interesses do povo.

Cinicamente como todos os governos anti povo,  o governo de Rui Costa, para justificar os ataques contra os direitos da população, escolhe como alvo não os interesses capitalistas, mas os trabalhadores, penalizando duramente os servidores públicos da Bahia, que por sinal, votaram na sua maioria no candidato “anticarlista”.

Para não fugir a regra dos “ gestores responsáveis” neoliberais, Rui Costa utiliza  das justificativas  tomadas do acervo dos neoliberais : É necessário e imperativo “ cortes no orçamento”, “ ajuste” e “ austeridade”. Observe que  são as mesmas justificativas dos golpistas para a “ gestão pública”. Dessa forma, certamente, o Chicago Boy, Paulo Guedes, ministro da economia indicado por Bolsonaro, deve estar aplaudindo entusiasticamente os ataques promovidos pelo governo da direita petista na Bahia contra os servidores públicos e os direitos sociais, como saúde e educação.

Não é por acaso, que tanto Rui Costa quanto Jacques Wagner sabotaram deliberadamente a luta contra o golpe na Bahia e foram ardorosos defensores da retirada da candidatura Lula, e da necessidade da “ virada da página” do golpe. Neste sentido, é importante assinalar que a “ virada da página” nada mais é do que a aplicação por setores de direita do PT da própria política dos golpistas.

Após, a fraude eleitoral que colocou Jair Bolsonaro na Presidência da República,  em reunião com governadores eleitos, o governo da Bahia sinalizou positivamente para um pacto da “ governabilidade”. O que vem a ser isso?  Significa uma concordância política sobre a política de atacar os direitos, ( com diferenças de grau e método)  despejando a responsabilidade da crise nos servidores públicos. A “ reforma da estrutura do serviço público”, expressa na PL 22.971  é aplicação na Bahia da agenda Temer e uma antecipação do programa bolsonarista, isso feito, em um Estado com uma espetacular rejeição ao candidato do golpe.

O resultado eleitoral indicou claramente que o povo baiano votou maciçamente contra os ataques anunciados por Bolsonaro, boa parte dos eleitores acreditavam que a vitória de Rui Costa do PT na Bahia, poderia representar um contraponto aos ataques contra os direitos, entretanto, o governo da ala direita petista apresentado como um “ governo social”, apresenta neste fim de ano, de maneira oportunista, concretamente  as medidas bolsonaristas contra os eleitores que o reelegeram.

É importante caracterizar o significado da política adotada pelo governo, e mobilizar os servidores e o povo. A “ virada da página” do golpe não é simplesmente uma capitulação aos golpistas, mas a adoção da própria pauta golpista pelos governos da frente popular aliados as oligarquias e aos capitalistas.

O caminho deve ser a luta contra as medidas anunciadas pelo governo Rui Costa. A CUT, vários sindicatos representativos dos servidores e mesmo setores dentro do PT e do PCdoB, ainda que tomados de surpresa, rejeitaram o PL 22.971. Não podemos conciliar com um governo que ataca os trabalhadores, para implementar uma agenda bolsonarista na Bahia.

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