A agência dos Correios no Tatuapé, zona leste de São Paulo, fechou suas portas no último dia 20 de abril, após um dos funcionários apresentar sintomas do COVID-19. Foram realizados testes com todos os trabalhadores e o resultado foi positivo para 8 deles, com um inconclusivo.
No Brasil, já foram registradas algumas mortes pelo coronavírus nos trabalhadores dos Correios segundo dados oficiais, porém deve haver muitos casos que são camuflados, como todas as estatísticas governamentais.
Com metade do quadro de funcionários doentes, o que aconteceu nesta agência fatalmente vai se repetir em outras. A situação dos trabalhadores dos correios é arriscada, trabalhando com muitas pessoas, em ambientes fechados e extremamente insalubres, isto em condições normais. A agência em questão era franqueada, e como todo serviço terceirizado, a situação de segurança é ainda pior do que nas demais.
São mais de 100 mil funcionários na ECT, divididos em trabalhos nas ruas, no transporte e distribuição de carga, de casa em casa, dentro de galpões fechados, controlando e separando encomendas, e nas agências com atendimento ao público. Por conta da quarentena, aumentaram as compras pela internet, consequentemente a exposição dos trabalhadores ao vírus também. Além disso, para chegar aos locais de trabalho a maioria enfrenta os transportes públicos lotados.
A direção dos Correios presidida pelo general Floriano Peixoto segue as deliberações do governo golpista de Bolsonaro, atacando os funcionários, tratando-os como escravos, sem direito de greve, sem direito a reclamar, sem direito sequer de ter sua saúde preservada. Os sindicalistas que controlam os 35 sindicatos dos trabalhadores dos Correios precisam convocar assembleias dos Correios para que a categoria aprove greve e defenda suas vidas.
Nas últimas semanas militantes da Corrente Sindical Ecetistas em Luta e militantes do Partido da Causa Operária (PCO) estiveram nas portas dos centros de distribuição dos Correios em São Paulo fazendo panfletagens e distribuindo milhares de boletins Ecetistas em Luta. O boletim distribuído chama os trabalhadores a se mobilizarem pela greve de toda categoria, como a única forma de defender a vida dos trabalhadores, suas famílias e seus salários e direitos.
É preciso paralisar os Correios para que a chefia providencie todos os materiais e procedimentos de segurança necessários, de modo a evitar a proliferação do COVID-19 e também a repetição de tragédias, em grande medida previsíveis dado as condições insalubres que colocam a categoria numa situação extrema.