O governo da Coréia do Norte denunciou a Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) como uma organização “títere de forças hostis” e submissa aos interesses dos países ocidentais.
Nesta quarta-feira (12), Kim Song, diplomata da Coréia do Norte, proferiu um discurso em sessão da Assembleia-Geral das Nações Unidas onde rechaçou o posicionamento do diretor da AIEA que censura seu país por causa das atividades nucleares, classificando-as como “profundamente lamentáveis” e “uma clara violação” às resoluções do Conselho de Segurança da ONU.
Song disse que a AIEA não passa de uma ferramenta política a serviço dos países imperialistas e que Pyongyang não cooperará com esta agência até que ela não analise a questão nuclear norte-coreana com “imparcialidade e objetividade”.
O país asiático suspendeu sua colaboração com a AIEA em 2009. Os inspetores que vigiavam o complexo nuclear de Yongbyon, localizado no noroeste do país, tiveram que se retirar. Neste mesmo ano, todas as negociações sobre a desnuclearização da península coreana foram paralisadas, pois os países imperialistas se negaram a retirar as sanções contra a Coréia do Norte.
Atualmente, Pyongyang enfrenta sanções econômicas impostas pelos Estados Unidos e pela ONU. Os países imperialistas dizem que as sanções objetivam a paralisação das atividades nucleares. Um informe publicado pelo Instituto de Estudos Estratégicos Nacionais, ligado à Universidade de Defesa Nacional dos Estados Unidos, estima que os norte-coreanos possuam 60 ogivas nucleares e cerca de 650 mísseis balísticos.
A AIEA se posiciona contra as atividades nucleares da Coréia do Norte, mas mantém o silêncio sobre as armas nucleares de Israel e da Arábia Saudita, países com governos controlados pelo imperialismo. As denúncias contra a Coréia fazem parte de uma campanha cínica e hipócrita para impedir um país pequeno de desenvolver os meios indispensáveis para sua defesa nacional diante das ameaças constantes de inimigos muito mais poderosos, tanto econômica quanto militarmente.
É preciso defender o direito democrático dos países oprimidos de desenvolver armas nucleares. Todos os países imperialistas possuem grandes arsenais atômicos, químicos e biológicos, além de poderosas forças armadas. Na ótica dos países oprimidos, as nucleares servem como um elemento de equilíbrio, de dissuasão em relação a qualquer tentativa de agressão estrangeira. O Tratado de Não Proliferação de Armas Nucleares (TNP), propagandeado como uma conquista, é uma farsa, pois não obriga os países imperialistas a destruir seus arsenais e impede os demais países de desenvolver armas nucleares. O país que detém os maiores arsenais são os Estados Unidos.
As declarações do diretor da AIEA evidenciam que esta agência atua para proteger o monopólio do imperialismo e manter o status quo internacional, de domínio do mundo por um pequeno grupo de países.