A segunda maior empresa aérea no Brasil, Latam Airlines, planeja a demissão em massa de trabalhadores caso a categoria não aceite a proposta, ilegal, de redução salarial permanente.
As outras companhias, Azul, e Gol, com a crise da pandemia reduziram os salários dos seus funcionários enquanto duraram a pandemia, mas se a moda pega…
Em consulta aos trabalhadores, realizada pelo sindicato da categoria, SNA (Sindicato Nacional dos Aeronautas), 90% deles disseram um sonoro não à proposta da empresa para o próximo Acordo Coletivo de Trabalho (ACT), que prevê redução salarial de 60% nos vencimentos da categoria.
Enquanto fechávamos esta edição realizava-se uma assembleia dos trabalhadores, organizada pelo sindicato, para uma nova votação pela aceitação ou não um acordo coletivo com a redução dos salários, negociação essa que contará como mediador, nada menos que o direitista e algoz dos direitos dos trabalhadores, o TST (Tribunal Superior do Trabalho).
A empresa se utiliza de todos os recursos para impor uma redução salarial permanente quando ameaça os trabalhadores, se não for aceito o acordo nos seus termos, que irá jogar no olho da rua milhares de trabalhadores.
A Latam Airlines é uma das maiores empresas aéreas da América Latina, fruto da fusão da chilena LAN Airlines e a companhia aérea brasileira TAM Linhas Aéreas, que resulta no transporte de 60,3 milhões de passageiros por ano para 150 destinos, detém uma receita anual no valor de U$ 13,5 bilhões e uma frota de 310 aeronaves.
Pelos números apresentados é evidente que a decisão de reduzir salários ou mesmo de fechar postos de trabalho vai no sentido de reduzir custos da empresa e consequentemente aumentar a sua lucratividade em tempos de pandemia do coronavírus. Isto porque todo capitalista só tem um objetivo: lucro a todo o custo, nem que para isso sejam jogados na miséria milhares de trabalhadores e suas famílias.
Diante das ameaças dos patrões de redução salarial e demissão em massa, os trabalhadores devem rejeitar tais arbitrariedades e radicalizar o movimento com os seus próprios métodos de luta. As organizações de luta dos trabalhadores devem chamar imediatamente assembleias presenciais, com as devidas medidas de segurança sanitária, e organizar a greve.
Se a greve não resolver, ocupar a empresa até que as reivindicações dos trabalhadores sejam atendidas. Não é possível que milhares de trabalhadores e suas famílias tenham que se sacrificar para manter o lucro de um punhado de capitalistas sanguessugas, que vivem às turras através do suor alheio, ainda mais num momento crítico na qual a população está vivendo devido a crise da pandemia da COVID-19.
Nesse momento em que o governo golpista e toda a burguesia atacam a classe operaria brasileira é necessário recorrer aos métodos de luta da classe operária para frear os ataques da direita e da burguesia, bem como colocar a questão do controle operário e da luta pelo poder do Estado.