Nem se passaram duas semanas após o retorno das aulas presenciais nas escolas estaduais de São Paulo, imposto de forma ditatorial pelo governo do Estado, e já foram verificadas contaminações e mortes por COVID-19 de professores da rede pública.
A direita golpista que promove este genocídio fez uma de suas primeiras vítimas entre os alunos. Ana Clara Macedo dos Santos, estudante do 8º ano da Escola Estadual Escritora Rachel de Queiroz, em Campinas, faleceu com um quadro de complicações médicas características dos casos da doença.
A morte de Ana Clara é mais uma indicação clara de para onde se dirige a política de retomada do ensino presencial, especialmente no atual momento, em que a taxa de ocupação dos leitos de UTI no estado ameaça bater os 100% e o governador ameaça impor ataques ainda maiores aos direitos de livre-circulação e outros direitos democráticos da população.
No sentido contrário ao da campanha dos supostos representantes da juventude e dos estudantes encastelados na direção da União Nacional dos Estudantes (UNE) e da União Brasileira dos Estudantes Secundaristas (UBES), estes acontecimentos esclarecem que a continuidade e o fortalecimento da mobilização dos professores, pais e estudantes contra o ensino presencial enquanto não houver imunização efetiva de toda a população e enquanto a pandemia estiver fora de controle é, sim, uma questão de vida ou morte. UNE e UBES, nesse sentido, estão funcionando como uma linha auxiliar “esquerdista” e igualmente criminosa da campanha dos capitalistas pelo ensino presencial.
As vidas das crianças e adolescentes que frequentam as escolas públicas, as dos seus familiares e as das pessoas que mantêm contato com algum destes grupos – isto é, de praticamente toda a população -, que os parasitários banqueiros e investidores do mercado do ensino estão mais do que dispostos a sacrificarem em nome de seus negócios, apenas podem ser defendidas através da mobilização do povo.
É uma luta que precisa acabar com as medidas que só podem provocar o aumento das contaminações e são absolutamente dispensáveis, como a reabertura das escolas, e para reivindicar medidas necessárias para proteger a população da doença e do desemprego e da destruição econômica, como um auxílio emergencial suficiente para custear todas as despesas das famílias operárias, para que elas também possam praticar o isolamento social.