Na última terça-feira (15), em assembleia, os trabalhadores da Volkswagen, planta de São Bernardo do Campo, aprovaram proposta de acordo negociada entre o Sindicato dos Metalúrgicos do ABC e a empresa. A Volkswagen havia anunciado, a cerca de um mês, que iria reduzir em 35% seu quadro efetivo de trabalhadores nas fábricas de quatro cidades (São Bernardo, São Carlos, São José dos Pinhais e Taubaté).
Após mais de três semanas de negociação, chegou-se a proposta agora aprovada em São Bernardo e que também será votada nas demais cidades na próxima semana. O acordo, extremamente defensivo, revela, além da defensiva do movimento operário, a política dos patrões; dos capitalistas, que tende a se aprofundar na medida em que a crise econômica se aprofunde: demissões em massa.
Consta no acordo a abertura de um PDV (Plano de Demissão Voluntária) para reduzir o efetivo da empresa, para horistas diretos e indiretos – 20 salários adicionais à tabela base (período de inscrição a ser definido). Aos que continuarem na empresa haverá estabilidade até 2025. Também fora aprovado a possibilidade de Lay off com redução salarial, dentre diversos outros ataques.
A reação da empresa expressa a política dos capitalistas, sobretudo do capital imperialista, diante do agravamento da deterioração da atividade econômica nacional, as demissões em massa são o recurso que utilizam para proteger seu capital com a baixa da atividade econômica. Essa política agrava ainda mais a situação econômica geral e as condições de vida do povo ao produzir um extraordinário índice de desemprego e subemprego, criando uma massa ainda maior de pobres e miseráveis ao mesmo tempo que faz cair o preço da mão de obra em geral pressionando os trabalhadores empregados a abrirem mão de seus ganhos e direitos.
Essa é uma atividade criminosa do imperialismo e da burguesia nacional, que leva a diminuição do parque industrial e a progressiva desindustrialização do país. Toda essa política nefasta, de impacto profundo, é feita com o aval e participação do governo brasileiro de Jair Bolsonaro, mostrando que é um representante do imperialismo e dos capitalistas.
A luta contra a desindustrialização, contra o desemprego e em defesa dos direitos conquistados é uma luta central da classe operária e do povo brasileiro, de importância decisiva para a integridade e desenvolvimento do país, a aceitação mesmo que parcial desta política levará a classe operária a uma retração profunda.
O movimento operário deve por questão de vida ou morte sair da defensiva e iniciar uma ampla campanha com greves e ocupações contra as demissões, pela redução da jornada de trabalho, contra o rebaixamento salarial, contra o fechamento das fábricas e contra o governo, capacho dos capitalistas e do imperialismo.