Na última sexta (21), após reunião entre a Federação Única dos Petroleiros (FUP), a Federação Nacional dos Petroleiros (FNP) e a Petrobras, mediada pelo Tribunal Superior do Trabalho (TST) e com participação do Ministério Público do Trabalho. O ministro golpista Ives Gandra anunciou com satisfação o fim da greve ao dizer que houve acordo entre os petroleiros e a Petrobras.
No entanto, o acordo fará com que os petroleiros tenham que compensar metade dos dias paralisados e que a outra metade será descontada no salário. Mais, nesta quinta (27) ocorrerá outra reunião no TST para tratar das demissões na Fábrica de Fertilizantes Nitrogenados do Paraná (Fafen-PR). Ou seja, é um acordo que sequer garante a pauta principal que levou a categoria à greve (as demissões na Fafen e o consequente descumprimento do ACT).
O acordo ainda autoriza a empresa a reter mensalidades ainda não repassadas dos sindicalizados, no valor de R$ 2.475.812,25 (quase dois milhões e meio de reais)! Uma clara punição pelos trabalhadores terem exercido seu direito de greve.
Isso mostra que a política de suspender a greve para ir para a negociação é um completo equívoco, uma vez que leva os trabalhadores para a negociação com o patrão sem a pressão necessária para fazer os patrões recuarem. Ao invés dos patrões serem pressionados por um movimento real, que causa prejuízos à empresa, os sindicalistas levaram para a mesa de negociação a ameaça de que uma greve que acabou de ser desmobilizada, seja retomada. O que causa um paradoxo: ao desmobilizar os trabalhadores, como a categoria irá reagir caso os patrões queiram manter as demissões e sigam descumprindo o ACT?
O que ocorrerá é que acabar com a greve antes de saber o resultado das demissões, desarmou os trabalhadores diante de um futuro incerto, que não pode ser garantido por um acordo com os representantes dos patrões. Essa política enfraquece a própria ideia e motivos pelos quais os trabalhadores fazem greve e mais: o desmonte da própria Petrobras, que os golpistas vem promovendo. É como se ao invés de lutar para defender seus direitos, os trabalhadores lutassem para chegar em acordo com o patrão. Esse erro custará caro para o movimento operário, a começar pelos químicos de Araucária, que foram colocados numa posição defensiva de esperar a decisão do patrão.