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"Isto é 1929!"

Mais um dia de queda drástica nas Bolsas pelo mundo

Bolsas seguem desabando ao redor do planeta, enquanto empresas perdem trilhões de dólares e até o ouro perde valor.

“Isto é 1929”. Com esse sombrio prognóstico, o gestor de fundos Kevin Smith defendeu, em artigo publicado no sítio da rede americana CNN, que a crise nos mercados é muito pior do que a de 2008, na medida em que o conjunto da economia se encontra sob ameaça de paralisia. Numa dessas situações com forte propensão a se tornarem emblemáticas do momento de pânico vivido nos mercados financeiros desta segunda, 16 de março, dia em que a imprensa americana anunciou o derretimento da bolsa, até o ouro se desvalorizou -11% durante o pregão em Nova Iorque. Não foi a única coisa a cair.

Mesmo com novo socorro da ordem de US$700 bilhões, o alerta da Casa Branca de que o coronavírus causaria impactos na economia até o mês de agosto e pode levar o país a uma recessão derrubou drasticamente as operações da bolsa americana, levando o mundo a reboque. O índice Dow Jones registrou uma queda de quase 3 mil pontos no seu volume, com redução de -12,9%. A bolsa em Nova Iorque chegou a interromper o pregão novamente, o que não impediu o pior dia de operações desde a chamada “segunda negra” de 1987. Ao final do dia, as empresas americanas perderam US$2 trilhões em valor de mercado.

Tal qual a bolsa americana, a B3 também precisou recorrer ao “circuit breaker” para impedir uma deterioração pior. Ainda assim, fechou o pregão de ontem com forte queda de -13,92%. Comprovando que os “imprecionantes” do gabinete de Bolsonaro estão dedicados a fazer loucuras, o dólar atingiu os R$5  profetizados pelo ministro da Economia, Paulo Guedes, que aproveitou a pandemia para voltar a defender cortes no orçamento sob a forma de “contingenciamentos” e “reformas”. No ano, o Ibovespa já registra perda de -38%

As bolsas europeias também registraram um redução no nível das atividades hoje, que atingiram o patamar de 2012 no conjunto do continente. Na Alemanha, o índice DAX fechou o pregão de ontem em -5,3%. Desde o começo da crise, em 19 de fevereiro,a bolsa alemã que operava em 13752 pontos, já sofreu uma retração de -35,78%. A bolsa inglesa caiu 4% nesta segunda e -30,56% desde o mês passado. Em Paris, a CAC encerrou o pregão diário e -5,41% e com -36,23% no acumulado. A bolsa espanhola, que fechou o dia 16 em -7,9% acumula -38,66 desde 19 de fevereiro, e finalmente temos o caso da bolsa italiana, com queda diária de -6,1% e -40,73% no período.

O desenvolvimento da situação nas bolsas de valores ao longo das semanas mostra uma tendência onde relacionar a crise atual com a de 1929 não é mero alarmismo. A combinação entre os limites da bolha especulativa, que já vinham se manifestando desde o ano passado, mais a emergência explosiva do coronavírus, que até o momento só pode ser contornado com uma paralisia completa da atividade produtiva (o que tem se revelado ainda mais devastador para o parasitismo dos mercados financeiros), deixam os governos burgueses claramente perdidos quanto ao que fazer diante dos problemas postos, o que contribui para aumentar sensivelmente o pânico no mercado de capitais, a ponto de bilhões, trilhões de dólares serem despejados sem que a crise sequer ensaie uma melhora. E o conflito distributivo que materializa o choque de classes, se expõe com mais força enquanto a população das nações imperialistas se encontram à merce de uma política criminosa por parte dos governos de seus países, na Europa e nos EUA.

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