A justiça eleitoral de São Paulo sequestrou 11,3 milhões de reais do ex governador do estado Geraldo Alckmin, de seu ex assessor e também de seu ex tesoureiro. A Polícia Federal realizou a medida cunhando o termo “lava jato eleitoral”. É importante lembrar que todo o objetivo dessa operação golpista era derrubar o governo da presidenta Dilma Roussef e fraudar as eleições removendo ilegalmente Lula das urnas. Os recentes ataques à membros do PSDB, os grandes organizadores do golpe, revelam que há uma reestruturação do partido em andamento.
O PSDB foi um dos partidos burgueses mais fortes do Brasil, desde a década de 1990, elegeu o presidente da república 2 vezes e controla o estado mais importante do país há 25 anos. Não só isso como é o principal partido do imperialismo no Brasil como se vê claramente pela sua política de vender todo o país, e também pelos vazamentos da wikileaks que revelam que José Serra trocava mensagens com os EUA para entregar o pré sal ainda em 2009.
Contudo, com a organização do golpe de Estado em 2016 e com o intensa polarização que se criou a partir desse acontecimento o PSDB foi perdendo cada vez mais força e, após disputar o segundo turno por quatro eleições seguidas, em 2018 só conseguiu 4,8% dos votos. Em seu feudo, o estado de São Paulo, onde governa ditatorialmente com forte controle das eleições uma nova ala se formou depois do golpe, o fascista João Doria foi o candidato escolhido a prefeitura e depois ao governo, uma espécie de Trump brasileiro.
Durante toda a operação lava jato, que tinha como único objetivo dar o golpe e depois garantir a manutenção do regime, os políticos do PSDB foram blindados de qualquer ataque. Os vazamentos do Intercept revelam que FHC não foi visado para não “melindrar alguém cujo apoio é importante”. Contudo com a mudança da conjuntura que foi a ascensão da extrema direita ao governo o PSDB tenta manobrar para não ser desmantelado como é a tendência de todos os partidos burgueses tradicionais.
Aqueles que eram imunes às operações da Polícia Federal como Serra e Alckmin aparentam agora ser descartados para que a ala de Doria assuma por completo não só o PSDB de São Paulo como também nacionalmente. Os trabalhadores não devem assumir um lado dentro das brigas internas da burguesia, mas devem aproveitar as divisões da direita para, por meio da mobilização popular, derrubar Bolsonaro, Dória e todos os golpistas.