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Salvador

ACM Neto imita Bolsonaro e nega o óbvio: o colapso da saúde

Prefeito "científico" mostra sua real face e faz propaganda negacionista da doença, apesar de Salvador estar com mais de 80% dos leitos ocupados.

O prefeito de Salvador e presidente nacional do Democratas (DEM), ACM Neto, conseguiu, durante a pandemia construir imagem de científico e civilizado. Agora, passadas as eleições, um dos maiores articuladores da frente ampla, diz remover a sua máscara de demagogo e assumiu-se negacionista. Desta vez, afirmou em alto e bom tom, durante ato público, que Salvador não está vivendo um colapso na saúde.

A afirmativa de ACM Neto não passa de mais um ataque criminoso à população de Salvador. Há menos de uma semana, o secretário de saúde da Prefeitura de Salvador, Leo Prates, destacou, em entrevista a jornal matinal da mentirosa TV Bahia (afiliada da Rede Globo e propriedade da família de ACM Neto), que Salvador está com mais de 80% de ocupação dos leitos de Unidades de Terapia Intensiva (UTIs). Se isto não é um colapso iminente, então o que seria?

Leo Prates ainda foi mais longe, afirmando que as próximas cinco semanas serão desastrosas para a cidade. Segundo ele, o problema serão as outras doenças, como AVC e infarto, pois as pessoas não estão se cuidando devidamente. Entretanto, isto não passa da mais pura enganação. O que acontecerá é a explosão do número de casos durante o verão baiano.

Como é sabido, Salvador é uma cidade onde grande parte da população necessita do turismo para sobreviver. A cidade, durante o verão, é inundada por turistas do mundo todo, o que facilitará, e muito, a disseminação do vírus. Especialmente, agora, que novas variações do vírus foram identificadas na Inglaterra e na África do Sul.

A fala recente de ACM Neto foi com o claro intuito de acalmar os ânimos dos empresários e da classe média soteropolitana. O prefeito foi foi enfático em dizer que o comércio não fechará. Durante seu discurso, também prometeu ações “compartimentadas” para conter o vírus.

Quando o golpista fala em ações “compartimentadas”, significa, exatamente, impor estado de sítio nos bairros populares da cidade, enquanto, nos bairros nobres, especialmente os turísticos, tudo continuará como sempre. Dada a falta de condições sanitárias e o fato de boa parte da população dos bairros periféricos ter de se deslocar do seu bairro para seu trabalho, há forte tendência que a doença se alastre com intensidade nestas localidades mais pobres.

Obviamente, o prefeito fascista e o governador Rui Costa (PT) – um elemento que trabalha, em frente ampla, com toda a corja carlistas do passado e do presente – vão à televisão (controlada pelo primeiro) para culpar os chamados “paredões” (festas de rua) pela disseminação da doença. Enquanto isto, a população continuará utilizando ônibus e metrôs, espremida como os peixes em uma lata de sardinha.

O prefeito de Salvador anunciou que foram implantadas “ações de prevenção” em alguns bairros, como Pituba, Brotas, Pernambués e Itapuã. Sabe-se muito bem que isto não passa de demagogia. A Prefeitura fará apenas distribuição de máscaras e a testagem de meia dúzia de pessoas, como fez durante toda pandemia.

Tanto a prefeitura de Salvador, quanto o governo do estado, mostram-se verdadeiros aliados. Entretanto, não no combate ao Coronavírus, mas na propaganda demagógica que ambos fazem.

Em Salvador, no início da pandemia, o governador chegou a deixar o bairro da Plataforma sem água encanada por quase um mês, ao mesmo passo que fazia propaganda para que as pessoas lavassem as mãos. Isto que nem está sendo lembrada a falta de abastecimento de álcool em gel, em grande parte pela incapacidade do estado e da prefeitura de controlarem o comércio destes itens, impedindo a especulação e o ataque voraz de parte da classe média enlouquecida aos estoques.

Também pode ser lembrado o papel ridículo ao qual se prestou o governador petista ao fazer coletivas juntas com ACM Neto. Nestas entrevistas, ACM Neto ficava com todo o crédito pelo “combate” a doença. Não é a toa, que o Democratas ganhou uma grande parcela das prefeituras da Bahia durantes as eleições.

Como as eleições já passaram, ACM Neto não precisa mais fingir uma política antibolsonarista. Isto só foi necessário para conseguir colocar os seus aliados nas prefeituras de cidades importantes como Salvador, Feira de Santana e Vitória da Conquista.

Tendo prefeituras e o governador do estado na mão, agora, ele controla, quase unilateralmente, um dos maiores estados da federação, com grandes espaços de terra agriculturável (muito graças ao rio São Francisco), rota terrestre entre os estados do nordeste e o sul/sudeste/centro-oeste do país, grande número de municípios (para conseguir cargos para todos os seus aliados), entre outras vantagens geográficas do estado da Bahia.

Com toda a ajuda dada pelo governador Rui Costa, ACM Neto conseguiu retirar de si o estigma de golpista, o que é algo gigantesco em um estado majoritariamente “lulista”. Por isso, colocou-se em posição para, agora, firmado seu poder no estado, auxiliar seu fiel aliado e presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), a expandir a política de frente ampla (leia-se submissão da esquerda à direita golpista) em todo território.

A situação de Salvador (e da Bahia) é um exemplo claro e didático do desenvolvimento da frente ampla. Passaram-se todas as etapas, desde a propaganda demagógica para esconder o golpismo, a submissão da esquerda (em nome do combate ao “mal maior”) e a traição (a negação do colapso e, por conseguinte, da pandemia).

Portanto, deve-se analisar os fatos e impedir que o mesmo ocorra em outros estados. Caso contrário, a direita terá o controle absoluto da situação e descartará, logo, a esquerda, como se um brinquedo quebrado fosse. Por isso, é necessário não apenas defender as organizações de esquerda, como o PT, a CUT e outros, mas lutar pela unidade desta esquerda real sob um programa de esquerda e ligado à classe trabalhadora.

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