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Acidentes na UPV: precarização

Acidentes e condições precárias na Usina Pres. Vargas da CSN

A Usina Presidente Vargas da CSN em Volta Redonda, com seus 78 anos desde a fundação, reclama investimento e adequação nas condições de trabalho.

Ao assinar, em 30 de janeiro de 1941, o decreto-lei determinando a criação da Companhia Siderúrgica Nacional, Getúlio Vargas encerrou uma longa etapa da história da implantação da siderurgia no Brasil.

A siderúrgica era exaltada como o exemplo de harmonia entre trabalho e capital e era associada à grandeza do Brasil. Consequentemente, a cidade de Volta Redonda (RJ) passou a ser o símbolo desta nova era de modernização de trabalho na sociedade brasileira, onde se buscou a configuração de um “novo homem”, disciplinado e moldado, e uma “nova sociedade”, submissa e passiva.

O mercado do aço no Brasil representa uma grande fatia da indústria de base e de transformação. Segundo o Instituto Aço Brasil, no ano de 2018 formamos um Parque Produtor do Aço com 32 usinas, administradas por 12 grupos empresariais, com capacidade Instalada de 51,5 milhões de t/ano de aço bruto, uma produção de 35,4 milhões de toneladas, conseguiu um Saldo Comercial US$ 6,3 bilhões de dólares. Neste panorama, o Brasil é o 11º Exportador Mundial de aço (exportações diretas), e o 6º Maior exportador líquido de aço: 11,5 milhões de toneladas, Exporta para mais de 100 países.

Um dos desafios da indústria de aço brasileira é o desenvolvimento do mercado interno. Ela precisa atuar para que o consumo per capita de aço cresça e alcance níveis internacionais e que o sistema de logística nacional melhore e ganhe competitividade.

A competição com o aço chinês, o maior produtor que tem criado um excedente de produção e inundado o mundo, impõe ao Brasil a necessidade de se estruturar com instalações modernas das indústrias brasileiras e apresentar uma qualidade do aço inquestionável, no nível dos melhores do mundo.

Mas, quando olhamos para dentro do Brasil percebemos que, embora as perspectivas de crescimento sejam grandes, o país tem um baixo consumo de aço per capita e, portanto, uma imensa demanda interna a ser atendida, e que, na contrapartida, ainda apresenta problemas de mobilidade urbana de um mercado consumidor carente de aquisição de imóveis e bens de consumo duráveis.

A necessidade exige investimento na construção de novas casas, escolas, estradas, ferrovias, portos e aeroportos, o que demanda aço, muito aço, um dos pilares do desenvolvimento. Mas, como parte da CSN – Companhia Siderúrgica Nacional, a Usina Presidente Vargas, hoje com 78 anos, carece de investimento e modernização.

Em razão disso, o metalúrgico tem sido alvo de constantes problemas de segurança, o que, invariavelmente, tem resultado, desde acidentes com pequenas escoriações, até mesmo fatais dentro da usina.

Só para citar alguns, vale lembrar que, na manhã da sexta-feira (13/09/2019), 3 funcionários ficaram feridos em um acidente. O caso aconteceu na fábrica de aços longos, que produz vergalhões e fio-máquina. Segundo a CSN, o acidente foi causado por um deslocamento de ar na fábrica. Isso acontece quando há contato de uma superfície quente com algo frio — nesse caso a água — que faz com que saia vapor. Em nota, a companhia informou que está acompanhando as vítimas pela medicina ocupacional da CSN. Disse ainda que as causas do acidente estão sendo analisadas.

No domingo, 23/06/2019, foi internada em um hospital particular do município Ana Gabriele Pereira de Souza. Ela ficou ferida após sofrer um acidente na área de Gerência Geral de Folhas Metálicas (GGFM), na Usina Presidente Vargas (UPV).

A funcionária trabalhava quando caiu. Ela foi socorrida por uma equipe de bombeiros civis da empresa e levada para o hospital particular, onde iria passar por uma cirurgia.

Um operário da MP Trafos Engenharia sofreu queimaduras, no final da manhã da sexta-feira, de 31/05/19 ao sofrer uma descarga elétrica na LTQ2 (Laminação de Tiras a Quente) da Usina Presidente Vargas, da Companhia Siderúrgica Nacional. Segundo funcionários do setor, ele teria sofrido queimaduras em 20% do corpo.

Em junho, a 3ª Vara do Trabalho de Volta Redonda concedeu uma liminar determinando que a Companhia Siderúrgica Nacional (CSN) faça diversas adequações no ambiente de trabalho na unidade da empresa no município. A determinação judicial ocorreu a partir de uma ação civil pública ajuizada pelo Ministério Público do Trabalho (MPT). A decisão, proferida pelo juiz Renato Abreu Paiva, definiu multa diária no valor de R$ 5 mil reais por trabalhador prejudicado e por item descumprido. Na interpretação, o juiz entendeu que a empresa já deveria estar cumprindo as obrigações e ressaltou o perigo da falta de adequação no meio ambiente de trabalho.

Ainda na decisão, o magistrado considerou a ocorrência de um acidente de trabalho recente, o que demonstrou, de acordo com ele, a inação da empresa em implementar medidas de segurança efetivas.

Segundo o Ministério Público do Trabalho, a durante todo esse tempo a empresa apresentou diversos laudos técnicos conflitantes e permaneceu negando a existência de irregularidades. O MPT afirma que chegou a sugerir a assinatura de um Termo de Ajuste de Conduta (TAC) e que a empresa negou o acordo.

A superexploração com salários baixos, uma jornada aumentada de trabalho, e condições precárias no seu ambiente de trabalho, tem feito com que o metalúrgico, que não pode contar com o sindicato pelego, faça ele mesmo denúncias anônimas na Delegacia de Trabalho ou direto ao Ministério Público do Trabalho. Através delas ele tem relatado irregularidades relacionadas ao pagamento do adicional de insalubridade, na CSN Cimentos S.A., empresa incorporada à CSN. De acordo com a denúncia, empregados da unidade de Volta Redonda não recebiam o acréscimo no salário enquanto trabalhadores diretos da empresa, atuando na mesma área, recebiam normalmente o adicional.

Quanto às condições do ambiente, os trabalhadores reclamaram adequações de melhores condições que foram acolhidas pelo magistrado da 3ª VT de Volta Redonda e impostas à empresa, tais como: implementar anteparos ou biombos de proteção na área de solda. Na verdade, A CSN precisa ser controlada pelos próprios trabalhadores, pois é um patrimônio do povo.

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