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No país onde a direita derrubou a primeira presidenta, participação feminina na política é uma das mais baixas do mundo

Com o avanço do golpe, torna-se cada vez mais perceptível a disparidade que existe na atuação de homens e mulheres nas amplas esferas, inclusive a política. Historicamente as mulheres nunca ocuparam papéis de liderança social de massa, ou seja, sua atuação sempre foi restrita.

Com base em dados da Organização das Nações Unidas (ONU) e do Banco Mundial, além do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) em um ranking que analisa a atuação política das mulheres, constata-se que o Brasil encontra-se em 161ª posição, numa listagem que avalia 186 países em todo mundo. Ou seja, a participação feminina em cargos no executivo é uma das mais baixas do mundo.

Tal pesquisa fez um levantamento da atuação histórica das mulheres, de 1940 até os dias de hoje, constatando que em primeiro lugar encontra-se a Nova Zelândia, seguida do Chile e do Reino Unido. Um aspecto importante é: estatisticamente, 92% da população mundial são governadas por homens. Ou seja, dos 186 países avaliados, somente 17 são governados por mulheres.

Estas análises são uma representação clara do envolvimento das questões de gênero dentro da política, podendo ser afirmado também o papel da mulher na sociedade capitalista. Questões como exploração e opressão estão diretamente vinculados à economia, estando a mulher em condição de escravização social, delimitando qual seu papel na sociedade.

O levantamento, realizado pelo Projeto Mulheres Inspiradoras, que surgiu em 2015, analisou a quantidade de cargos que possuem ocupação feminina, na esfera federal, estadual e municipal. Em um comparativo entre os anos de 2005 a 2016, a participação das mulheres em ministérios foi de 4,5%. Sabe-se, porém, que atualmente só há um ministério ocupado por mulheres. A média mundial da ocupação delas é de 18%, o que demonstra uma realidade assustadora.

Em uma análise estadual, percebeu-se uma estagnação. Das 20 candidatas que disputaram o governo de algum estado do país na última eleição (2014), apenas uma foi eleita -Suely Campos (PP)-. O país encontra-se nessa mesma situação há 24 anos. Seguindo essa perspectiva de avaliação, as mulheres ocuparão metade das cadeiras do governo apenas em 2065, isso se houver um crescimento que se mantenha.

Já nas secretárias, 70% dos cargos são ocupadas por homens. Na análise das prefeituras, a realidade é ainda pior. Das cidades do país, 68% sequer tiveram uma candidata à prefeitura. Isso significa que, a cada dez cidades, apenas uma é dirigida por uma mulher. Verifica-se que a disparidade é ainda maior no recorte por raça. Dos prefeitos eleitos, 61% eram homens e brancos; 1,5% são negros e menos de 1% são mulheres negras.

Em uma análise regional, verificou se que O Rio Grande do Norte é o estado com mais mulheres eleitas prefeitas. O nordeste é a região do país que mais tem a presença feminina no poder executivo (16%). É também onde mais ocorreram votações para elegerem mulheres a presidência, sendo 83% dos votos válidos da região destinados para alguma das candidatas.

Uma das explicações dadas pelo ranking para disparidade entre um país e outro na ocupação feminina aos cargos é vindoura de um aspecto histórico: o direito ao voto. Na Nova Zelândia, por exemplo, o direito ao voto para homens e mulheres teve diferença de quatro anos (em 1889 para homens e 1893 para mulheres). No Chile, ocorreu no mesmo período (1970). No Brasil, a diferença foi de 41 anos (1891 para homens e 1932 para mulheres).

É importante salientar que, com o avanço do golpe, as restrições aos direitos das mulheres aumentam de forma considerável, bem como as disparidades. Em 2016 a primeira presidenta mulher do Brasil, Dilma Rousseff, foi vítima de um golpe de Estado orquestrado pela direita, assumindo, ilegitimamente, um homem o poder.

Lutar contra o golpe e contra o avanço das políticas direitistas é de suma importância para que estas disparidades não aumentem consideravelmente. Sabe-se que a emancipação das mulheres só se dará plenamente com a derrubada do capitalismo, mas é fato também que, com o avanço da direita, avançam também políticas que retiram direitos das mulheres, piorando drasticamente a condição de vida não apenas delas, mas de todos.

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