Da redação – Já estava combinado que o juiz Sérgio Moro seria chamado por Jair Bolsonaro para ser ministro da Justiça. Mesmo assim, embora não houvesse surpresa, aparentemente Moro, um juiz de primeira instância em Curitiba, ficou deslumbrado diante do poder. O juiz que prendeu Lula, adversário político do governo de que fará parte ano que vem, foi para o Rio de Janeiro hoje (1º) de manhã para falar com Bolsonaro. Ainda de manhã, aceitou o cargo de ministro.
Segundo Bolsonaro, em entrevista para um canal de TV, Moro parecia “um jovem universitário recebendo seu diploma”. Ou seja, Moro ficou deslumbrado e agarrou logo o posto que foi colocado ao alcance de suas mãos. O inquisidor da República de Curitiba terá um poder muito maior.
De fato, Moro está sendo recompensado por sua trajetória golpista, recheada de manobras sujas em sua perseguição política ao PT, como o vazamento de áudios por ocasião da nomeação de Lula como ministro de Dilma e a condenação sem provas que levaria à prisão política do ex-presidente. A chegada ao governo e um diploma de golpista.
Se as aparições públicas do ministro Moro provocarão momentos divertidos, com sua luta inglória com as palavras e a língua portuguesa, seu papel à frente do ministério, por outro lado, certamente será sombrio. Moro perseguiu politicamente um adversário político usando o poder que tinha como juiz. Agora terá o poder de um super-ministério, controlando a própria Polícia Federal e a Força Tarefa criada supostamente para combater o crime organizado. É um enorme aparato criado para perseguir os partidos de esquerda, os sindicatos e os movimentos sociais.
A situação escancarou de vez que essas eleições foram uma fraude. O ministro Sérgio Moro foi responsável pela prisão de Lula, o que tirou o ex-presidente das eleições. Graças à ausência de Lula, Bolsonaro conseguiu, a duras penas, vencer o pleito. Agora, na mesma semana da votação, descobrimos que Moro, que prendeu Lula, fará parte do governo que só existe graças à prisão de Lula. Ou seja, o governo “eleito” tirou seu concorrente mais forte das eleições. Lula liderava todas as pesquisas de intenção de votos. Mas Moro o tirou das eleições, o que levou à eleição de Bolsonaro, que o convidou a ser ministro.