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Acampamento Manoel Ribeiro, em Rondônia, enfrenta paramilitares

Em Rondônia, os camponeses pobres residentes em uma ocupação no Acampamento Manoel Ribeiro estão novamente sendo intimidados e ameaçados pelos capangas dos latifundiários da região. Os trabalhadores há muito tempo denunciam esta situação, escancarada após a apreensão de uma parte do arsenal militar usado pelos pistoleiros para atacar a população que mora no acampamento. O aparato incluía diversas armas de fogo não registradas, 60 munições de diversos calibres, 10 aparelhos celulares e pelo menos 2 carros, o que não corresponde a todo o armamento utilizado pelos pistoleiros. Antes dos Oficiais de Justiça chegarem à Fazenda Nossa Senhora Aparecida, no município de Chupinguaia (RO), muitas das provas foram queimadas juntamente da casa principal e a fumaça podia ser observada de longe.

O dono do latifúndio, o grileiro Antônio Borges Afonso, é conhecido na região como “Toninho Miséria”. Residente em São Paulo, ele partiu de avião rapidamente para Rondônia para defender seus “funcionários” e prestar esclarecimentos sobre o ocorrido. Em entrevista ao Jornal Folha do Sul Online, pró-latifúndio, declarou que a fazenda é dele e já deu entrada com o pedido de reintegração desde setembro de 2020. Toninho miséria declarou ao jornal “ao invés da justiça tirar as pessoas que invadiram minha fazenda, foram e prenderam trabalhadores inocentes, deixando os vagabundos que destruíram tudo soltos”. Ele chama os jagunços de “trabalhadores inocentes” e os camponeses de “vagabundos”, acusando-os de terem incendiado o retiro de sua fazenda.

Os camponeses do Acampamento Manoel Ribeiro denunciam os ataques há muito tempo e tem motivos de sobra para não confiar no Ministério Público nem no poder Judiciário para defenderem os trabalhadores. O caso ganhou uma repercussão maior nesse momento, não apenas devido à materialidade das provas encontradas, mas também porquê dentre os 6 jagunços presos, 3 eram militares-guaxebas, incluindo um sargento. Segundo a investigação, os policiais militares recebiam uma diária de cerca de 900 reais para defender o latifúndio grilado. Nos 3 dias que se seguiram a operação de busca e apreensão houve uma movimentação excessiva de viaturas policiais e caminhonetes de fazendeiros das redondezas. Foram realizadas blitz, sem a menor justificativa, que abordavam os camponeses a caminho de casa ou do trabalho perguntando sobre a localização do acampamento ou sobre o armamento dos camponeses, com a clara intenção de intimidar e ameaçar os trabalhadores.

Em 29 de janeiro, ocorreu uma operação semelhante para aterrorizar os camponeses. Os pistoleiros invadiram propriedades de trabalhadores para arrancar bandeiras da Liga dos Camponeses Pobres (LCP), ameaçaram eles em meio às estradas e atiraram contra a entrada do acampamento.

A Fazenda Santa Elina, onde agora está o Acampamento Manoel Ribeiro e também a Fazenda Nossa Senhora, é o mesmo local onde ocorreu o Massacre de Corumbiara em 1995. Há 26 anos, diversos policiais, que também atuavam como jagunços, atiraram contra os camponeses que ocupavam o latifúndio, assassinando dezenas de trabalhadores sem-terra e uma menina de 6 anos. O Ministério Público atuou para encobrir a ação dos policiais, tratando como “um equívoco” e acusava os camponeses de iniciar o conflito. Tivesse o poder público assentado as 600 famílias nas terras griladas por Antenor Duarte àquela época, o massacre poderia ter sido evitado. Atualmente o mesmo órgão da justiça encaminha para autorizar a reintegração de posse da Fazenda Nossa Senhora Aparecida ao atual grileiro residente em São Paulo, Toninho Miséria, que alega ser o atual proprietário.

Ou seja, são décadas de comprovação que nenhuma instituição do regime golpista, ainda mais sob a influência da extrema direita fascista, vai atender os interesses dos sem-terra. Para evitar que um novo massacre ocorra, o único caminho para os camponeses defenderem seu direito à moradia e à reforma agrária é a formação de Comitês de autodefesa contra os latifundiários, suas milícias paramilitares e sua cobertura estatal.

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