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Não ao Enem e a volta às aulas

Abstenção no ENEM comprova: alunos não querem volta às aulas

A enorme abstenção da juventude no país durante a realização do Enem em 17 e 24 de janeiro são a resposta clara do repúdio da população à volta as aulas frente ao crime fascista

Foi realizado no último domingo (24), a segunda prova do Enem (Exame Nacional do Ensino Médio), frente ao total descrédito dos estudantes quanto a falaciosa segurança e protocolos anunciados pelo MEC (Ministério da Educação e Cultura) e Inep (Instituto Nacional de estudos e Pesquisas) para a realização das provas institucionais, o índice de abstenção do Enem 2020 em seu segundo dia foi de 55,3% segundo o próprio Inep. Um total de 2.470.396 pessoas compareceram às provas (44,7%) do último domingo e 3.052.633 (55,3%) faltaram, eram esperados 5,5 milhões de candidatos. Este foi o maior índice de abstenção de toda a história do Enem e mais um recorde negativo imputado pelo governo fraudulento do fascista Jair Bolsonaro.

Já contando com tamanho repúdio o governo manobrou antecipadamente e criou a reaplicação das provas do Enem que ocorrerão nos dias 23 e 24 de fevereiro. Para isso os estudantes deverão fazer pedido até sexta feira dia 29 de janeiro. A alegação usada pelo governo é a de que a inscrição para a reaplicação das provas será para quem perdeu o Enem por problemas de infraestrutura, como as salas lotadas no domingo passado ou falta de luz nos locais de prova, quem teve diagnóstico de Covid ou doenças infectocontagiosas na véspera do exame.

De acordo com a direção fascista do atual Inep, o instituto recebeu até o momento 18.210 solicitações relacionadas a infecções pelo novo coronavírus e aprovou 13.716 desse total.

Em todo Estado do Amazonas (56 cidades) e em duas cidades de Rondônia (Espigão d’Oeste e Rolim de Moura) as provas foram suspensas após processos na justiça pedindo o adiamento do mesmo em decorrência da crise criminosa proporcionada pelo governo federal, estadual e municipal frente ao agravamento da pandemia do novo coronavírus. No Amazonas e nas duas cidades de Rondônia a reaplicação do Enem será realizado ainda em meio ao pior pico de contaminação e mortes no Estado e em Manaus nos dias 23 e 24 de fevereiro.

Confirmando que sabiam do repúdio dos estudantes brasileiros e suas famílias contra a realização do Enem, o Ministro da Educação, Milton Ribeiro disse que abstenção no Enem era esperada e procurando minimizar a crise apontou que ‘Não vão ser prejudicados’.

E frente a determinação fascista da realização da prova Alexandre Lopes, presidente do Inep colocou que “Foi mais do que a gente estava esperando” e prosseguiu enfatizando o crime que realizaram: “Mas gosto de olhar o copo meio cheio: 2,5 milhões de pessoas conseguiram fazer a Enem em ambiente de pandemia, em ambiente de receio. Outros lugares do mundo não conseguiram fazer, e o Brasil, com todas as suas dificuldades logísticas e todas as suas desigualdades, você assegurar no meio da pandemia que 5 milhões pudessem fazer a prova e que 2,5 milhões façam a prova, eu acho isso uma vitória”, ou seja, o governo conseguiu com todas as suas pressões levar 2,5 milhões de estudantes ao risco de ampliar drasticamente a contaminação para si e para suas famílias. Para finalizar o dirigente do Inep ainda teve o disparate de dizer que a realização do Enem é: “O Enem é uma política social e o gasto com política social não é imediato, ele vem no futuro. Garantir que o jovem entre na universidade agora, garantir que o jovem tenha acesso à faculdade no primeiro semestre, significa que lá na frente nós vamos ter profissionais que vão dar retorno à sociedade”. No entanto, frente a todo esse crime do governo fascista, o futuro de milhares de jovens e seus familiares, infelizmente, pode estar a menos de 15 dias.

Para especialistas em contágio como a epidemiologista e professora da Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes), Ethel Maciel, a grave situação fará várias regiões poderão ter o colapso do sistema de saúde e filas para UTI. Segundo ela: “Considero que vamos colocar muitas vidas em risco e alguns candidatos precisam se locomover para chegar até o local de prova, vamos ter de mobilizar muitas pessoas” e ainda, “Esse jovem se contamina na prova, vai para a casa e leva a doença para lá. Estamos em um momento da pandemia em que essa prova seria muito inadequada, fere todas as nossas estratégias sanitárias.”

A epidemiologista reforça que protocolos como a disponibilização de álcool em gel são insuficientes para minimizar os riscos e ainda: “Quanto mais tempo você entra em contato com alguém infectado, a chance é maior de se contaminar. Esse tempo na sala não pode ser desprezado, mesmo que haja uma cerca distância”. As provas nos dois finais de semana tiveram duração média de 5 horas.

Frente a todo o crime cometido pelo governos fascistas da federação aos estados, deve-se inclusive levantar a questão de que o exame deveria ser anulado frente ao recorde de abstenções.

As abstenções recordes no Enem são a resposta clara dos estudantes do país que sequer puderam estudar em 2020, o EAD não deu a mínima condições para isso e principalmente não querem correr o risco de se contaminar e levar o vírus para suas famílias, seja no Enem, seja com a imposição da volta as aulas no país impulsionadas pelos fascistas rústicos como Bolsonaro ou engomadinhos, ou ainda científicos como dizem alguns, como João Dória em São Paulo.

O Enem e o vestibulares são bloqueios institucionais para impossibilitar que o povo acesse as universidades e, com isso, camadas seletas da população mantém uma espécie de monopólio sobre o ingresso nestas instituições.

Todos os estudantes do Brasil devem ter acesso garantido às universidades, para isso o movimento estudantil deve retomar imediatamente a luta pelo fim dos vestibulares e a garantia de acesso e permanência para toda a população que queira estudar, estas são reivindicações democráticas fundamentais, que se chocam com as instituições do regime político reacionário, controlado pela direita golpista e pelo imperialismo.

É preciso que os estudantes e suas organizações de luta, como a União Nacional do Estudantes (UNE) e a União Brasileira de Estudantes Secundaristas (Ubes) convoquem mobilizações pelo cancelamento do ENEM contra sua realização em meio a pandemia.

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