No movimento operário, existem duas realidades antagônicas, desde o início da pandemia. A primeira realidade é da aristocracia operária, das direções sindicais, que aderiram à campanha da burguesia do “#FiqueEmCasa” em peso, porque tem as condições materiais para aderir a tal campanha direcionada para um setor de classe média. Inclusive, aderiram até as últimas consequências, fechando os sindicatos em uma atitude extremamente capituladora, deixando os trabalhadores à deriva.
A outra realidade é dos próprios trabalhadores, que estão, como dito, à deriva. Permanecem trabalhando, sem um dia sequer terem direto a um isolamento social de fato, e tendo de pegar ônibus e metrôs superlotados. E, ainda por cima, trabalham aglomerados nos seus postos de trabalhos. Voltam para casa, onde também, na maioria das vezes, moram aglomerados com suas famílias, para infectarem a todos. Porque, na campanha hipócrita do “#FiqueEmCasa”, não está na conta os inúmeros testes em massa que não são realizados.
Enquanto isso, as burocracias sindicais não querem mover uma palha para defender os interesses de seus sindicalizados e permanecem com as portas fechadas. Enquanto isso, o governo Bolsonaro destrói um por um os direitos dos trabalhadores, impondo a carteira verde e amarela, várias MPs, a privatização da água, dos Correios, da Eletrobras, etc. É um ataque gigantesco à classe operária por todos os flancos, enquanto os trabalhadores morrem aos montes devido ao coronavírus.
Enquanto isso, as ruas ou são deixadas para os fascistas, como foi visto principalmente no início da pandemia, ou são capturadas pelos oportunistas da “Frente ampla” a serviço do PSDB e da Globo, ou, mais recentemente, pelo bando do amarelo e azul dos “Somos Democracia, dirigido pelo Danilo Pássaro, capanga de Guilherme Boulos e novo “herói” da Folha de S.Paulo. Onde estão os sindicatos e a CUT?
É preciso reabri-los, organizar os trabalhadores, realizar assembleias, aprovar estado de greve e convocar mobilizações de massa pelo Fora Bolsonaro e para encher as ruas de vermelho, sem conciliação com os golpistas.
No sábado, houve um ato em Santo Amaro, bairro da zona sul de São Paulo, no qual vários sindicalistas da CUT participaram, levando as bandeiras da central. Isso monstra a disposição da base dos sindicatos de ir às ruas, levantar suas bandeiras, e mobilizar-se para derrubar o governo ilegítimo do governo Bolsonaro, e barrar todos esses ataques e pôr abaixo o regime político golpista.