Há cerca de cinco anos, a imprensa burguesa começava a impulsionar a fábula de que a corrupção estava sendo varrida do Brasil. Por razões inexplicáveis, os juízes, o Ministério Público e a Polícia Federal, que não são eleitos por ninguém, teriam decidido prender todos os “corruptos” e, com isso, resolver todos os problemas do Brasil.
Obviamente, a fábula da imprensa burguesa não tinha nenhum pé na realidade: o fato é que os maiores corruptores do planeta, isto é, os monopólios, estavam dispostos a encarcerar todos os seus opositores a qualquer custo. Para isso, inclusive, os juízes, procuradores e demais servos do imperialismo passaram por cima de praticamente todas as leis que traziam algum apelo democrático e criaram outras de caráter profundamente reacionário.
As várias prisões que ocorreram no Brasil sob o pretexto da “luta contra a corrupção” foram, consequentemente, prisões políticas. Sérgio Cabral, Lula, Eduardo Cunha, José Dirceu e João Vaccari Neto, por exemplo, não foram presos por terem supostamente desviado dinheiro público. Afinal, se o imperialismo é capaz de arrasar um país inteiro, como o Iraque, não é possível crer que a corrupção seja uma preocupação real dos donos do mundo.
As prisões de operações como a Lava Jato são uma luta para oprimir, violentamente, os setores que tentam se rebelar contra o imperialismo. As prisões, portanto, não são prisões de indivíduos, mas sim a opressão covarde dos setores que se contrapõem, de alguma forma, ao entreguismo dos golpistas.
Desde o início das operações contra a corrupção, o principal alvo foi o ex-presidente Lula, considerado pelo fascista Dallagnol como o “comandante supremo” dos esquemas de corrupção. Preso após um processo fraudulento e após intensa resistência popular, Lula se encontra em um prédio da Polícia Federal em Curitiba.
O suposto crime que Lula cometeu não foi, até agora, provado. O próprio Dallagnol disse não ter provas, mas apenas “convicção”. No entanto, Lula está sendo tratado como um criminoso de altíssima periculosidade: está completamente isolado, como se tivesse cumprindo pena em uma solitária.
Recentemente, governadores de nove Estados vieram visitar o ex-presidente. Os funcionários da República de Curitiba, no entanto, não permitiram que Lula fosse visitado. Afinal, o interesse dos golpistas não é tirar Lula da sociedade porque ele teria cometido um crime ou porque poderia cometer outro: Lula foi violentamente arrancado de sua vida pública para ser impedido, à força, de fazer política.
Sérgio Moro e seus demais capangas não têm nenhuma acusação contra os governadores que foram visitar o ex-presidente. No entanto, todos têm a mesma convicção: se apoiam Lula, não apoiam os planos do imperialismo e, portanto, devem ser tratados como lixo.
As arbitrariedades do Mussolini de Maringá não podem continuar. É necessário fortalecer o acampamento em Curitiba e exigir o fim da farsa dos golpistas. Abaixo a prisão incomunicável! Que Lula seja solto!