Da redação – A Defensoria da União divulgou que irá entrar com ação contra o Estado pela morte do primeiro civil na Intervenção Militar criminosa no Rio de Janeiro. Segundo matérias na imprensa nacional, a vítima, Diego Augusto Roger Ferreira, tinha 25 anos, e estava indo ao posto de gasolina buscar óleo para motor, fazendo um favor para seu irmão de criação, na noite de sábado, 12 de maio, quando foi atingido por um tiro no peito vindo de um militar.
A conclusão do Inquérito Policial Militar (IPM), afirmou de forma farsesca – típica dos inquéritos da PM assassina -, baseando-se apenas na declaração do soldado Vinícius de Almeida Castro, do 15º Regimento de Cavalaria Mecanizado, que Diego tentou atropelar os soldados no bloqueio, sem capacete, o que levou ao disparo. Uma conclusão completamente absurda, já que alguns outros fatos levantados trazem dúvidas que a família contesta. Um primeiro fato é que Diego era conhecido por toda região, segundo os próprios familiares, passando sempre pelo local onde foi morto; mais adiante, estava sem capacete, logo, é muito estranho ter jogado a moto em cima dos soldados que poderiam reconhecê-lo e alveja-lo; por fim, a vitima passava pela rua Salustiano Silva, que era uma subida.
O defensor público Thales Arcoverde Treiger, autor da ação cível que busca responsabilizar a União pela morte de Diego, alegou: “Eu acredito que o IPM não reflete o que aconteceu de fato. […] Eu acredito que houve excesso. Não houve motivo pra dar o tiro, e, se houve o motivo, houve um excesso que é flagrante. Por que não um tiro no pneu, por que não um tiro na perna?”
A Intervenção Militar no Rio de Janeiro é uma preparação para uma intervenção nacional para atacar a reação dos trabalhadores contra o golpe e esmagá-los. Este diário operário vem alertando sistematicamente os trabalhadores sobre esse fato, que se comprova a cada operação assassina do Exército contra o povo.
É preciso denunciar amplamente o assassinato da população, mas, para além, mover as base do povo junto às organizações dos trabalhadores, criando Comitês de Luta Contra o Golpe para derrotar todos os golpistas. Os trabalhadores não devem esperar mais ameaças do Alto Comando dos militares, devem agir, lutar contra a posse do governo ilegítimo, fraudulento de Jair Bolsonaro (PSL) e contra o avanço desses militares assassinos nas ruas.