As escolas militares do governo do fascista Jair Bolsonaro, um dos eixos centrais de sua política para a juventude, a educação e cultura, terão a volta da educação moral e cívica da época da ditadura militar. Intitulado de “Projeto Valores” pelo MEC, o projeto tem por objetivo difundir as concepções políticas e doutrinárias conservadoras do governo de extrema-direita.
O Projeto deve fazer recomendação de valores que deverão ser desenvolvidos pelas escolas, como “respeito, solidariedade, responsabilidade, honestidade”. Ao longo de 2020 será desenvolvido o Projeto, que estará definido no Manual das Escolas Cívico-Militares, que será divulgado em breve pelo MEC.
O governo Bolsonaro quer implementar uma política educacional e cultural conservadora, do tipo fascista, que impeça a juventude de ter acesso ao patrimônio científico, filosófico, político e cultural acumulado pela humanidade. Além disso, as escolas militares significam a imposição de uma ditadura sobre os alunos e professores, que ficam impedidos de discutir temas polêmicos, como política, religião e sexualidade e gênero e expressar livremente as suas opiniões e concepções no interior dos espaços escolares. Direitos democráticos fundamentais de liberdade de pensamento, expressão e de cátedra são cassados pelo controle político e ideológico das Forças Armadas e as Polícias Militares que administram as escolas militarizadas.
Essas escolas também cassam o direito de organização política de professores e alunos. O trabalho dos sindicatos de professores, os maiores e mais organizados do país, é banido e os grêmios escolares são mantidos sob estreito controle pelos militares. A ideia é impedir que professores e alunos possam se mobilizar para reivindicar direitos, melhorias nas escolas e intervir organizados nas decisões políticas do país.
A volta da educação moral e cívica batizada de “Projeto Valores” é uma tentativa do governo de fascistas de controlar a juventude, de doutrinar os jovens na perspectiva da extrema-direita, nos valores de obediência e naturalização da opressão política e exploração. É uma escola totalmente funcional aos interesses da burguesia golpista.
Bolsonaro trava uma luta incessante contra a cultura, com a ideia de que esta deve ser castrada, censurada, pois qualquer pensamento crítico é automaticamente rotulado como “marxismo cultural.” O presidente fascista quer banir a esquerda e as organizações sindicais e populares do regime político, e isso passa pela destruição da cultura.