O governo Bolsonaro diante das estocadas do STF e da crise aberta após as declarações do agora ex-ministro Abraham Weintraub, que havia pedido a prisão dos “vagabundos” do STF, resolveu substituir o ministro da educação do seu governo.
A esquerda oportunista que desde do ano passado procura auxiliar Bolsonaro na constituição da sua equipe ministerial, defendendo ora “Fica Mandetta” ora “ Fora Weintraub” teve finalmente uma das suas súplicas atendidas.
Após a queda de Weintraub, o presidente da União Nacional dos Estudantes vinculado ao PCdoB comemorou nas redes sociais, e mais que isso de maneira ridícula apresentou que saída do ministro da educação como sendo fruto da “campanha” da UNE.
Primeiramente, a substituição de Weintraub não foi em virtude a nenhum atendimento a “campanha” promovida pelos estudantes, mas relaciona-se com a crise no interior do regime golpista. Sendo uma clara tentativa de Bolsonaro em usar a substituição no ministério para uma recomposição política, o que por sinal é uma práxis recorrente na governabilidade burguesa.
Por outro lado, o novo ministro indicado Carlos Alberto Decotelli, ex- presidente do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE) do próprio governo Bolsonaro, é um operador da mesma política golpista na educação.
Então cabe a pergunta, o que altera no substancial tanto no caráter do governo, quanto na política de desmonte da educação pública patrocinada no MEC, a substituição de Abraham Weintraub por Carlos Alberto Decotelli?
Como já indicamos, no essencial, o governo Bolsonaro continua sendo o governo Bolsonaro, e o MEC continua com a mesma política, mas talvez com um ministro da educação menos falastrão e com menos provocação ideológica.
Na verdade, o novo ministro do MEC é tão somente um outro elemento para aplicar a mesma política. O fundamental é rejeitar não somente todo governo Bolsonaro, mas todo o regime golpista.
É um profundo equívoco e uma completa incompreensão do que está acontecendo no país, ficar pressionando Bolsonaro para trocar esse ou aquele ministro, como se a esquerda fosse uma espécie de grilo falante da extrema direita. Essa política de setores da esquerda oportunista é uma versão da política lívida da direita tradicional em tentar enquadrar o governo, e não efetivamente combater Bolsonaro.