Um ato marcado para hoje às 11h, deve marcar um importante acontecimento na luta dos professores, que não se vê há décadas, sendo um importante sintoma das próprias tendências presentes na situação política.
Trabalhadores da Educação da rede municipal da maior cidade do País, São Paulo estão por aderir à greve dos professores estaduais, iniciada na última segunda (dia 8), contra a política genocida do governo genocida de João Doria, do PSDB, mesmo partido do prefeito da Capital, Bruno Covas.
Pela primeira vez em décadas, está para se dar a unificação da luta do maior sindicato do País (dos professores estaduais) e da maior rede municipal do País (dos educadores ligados, principalmente, ao Sinpeem).
A política criminosa da direita está criando condições para unificar, na prática, milhares de trabalhadores.
O Estado tem média de mais de 200 mortos por dia há mais de um mês e está superando a marca oficial de 55 mil mortos. O Estado e a cidade mais ricas do País, e seus governos “científicos”, estão na linha de frente da política genocida do governo Bolsonaro e de toda a direita de deixar a população morrer sem atendimento, sem testes, sem nada, enquanto fazem demagogia e encenações em torno de uma vacinação que – de fato – inexistente: tendo atingido cerca de 2% da população brasileira, apenas com a primeira dose. Isso em um processo que são usadas duas vacinas: uma que tem a menos eficácia geral do Mundo, mesmo sendo uma das mais caras do mercado, a Coronavac, que tem como “garoto-propaganda”, o próprio governador tucano; e outra que acaba de ser rejeitada na África do Sul, por ter ficado provado que não tem qualquer eficácia diante da nova cepa que infesta aquele País e que tem similar infectando milhares de pessoas aqui no Brasil, a partir de Manaus.
Em ambas as bases sindicais, a tendência à necessária unificação enfrenta além da pressão e ameaça de repressão da direita, a resistência política de diversas alas da burocracia e da esquerda. Desde os setores que se colocaram diretamente contra a greve, como o PSOL/Resistência na APEOESP ou o reacionário presidente do Sinpeem (professores municipais), Cláudio Fonseca, ex-vereador do Cidadania, ex-PPS, da base de sustentação dos governos de Doria e Covas, na prefeitura de São Paulo.
Ela se opõe, na prática, também à paralisia da burocracia que se opõe a uma greve efetiva e defende apenas que os professores fiquem em casa, em trabalho remoto, limitando a greve à atividade presencial (o que eles chamam de “greve sanitária).
A greve é o momento de unificar a categoria contra os ataques do governo. A começar pela mobilização dos milhares de ativistas da categoria nas ruas, o que só pode ser feito por meio dos comandos de greve, com trabalhadores de base em todas as regiões.
Para ser vitoriosa, a greve tem que ser conduzida pela categoria, pelos setores ativos da base e por aqueles que só se movimentam quando se trata de defender seus próprios interesses no aparato dos sindicatos, parlamento etc.
É necessário superar a vacilação da esquerda e de seus setores mais conservadores.
É preciso intensificar a luta por unificar os educadores do Estado e dos Municípios em um só luta, contra os governos que defendem os interesses dos bancos, das escolas privadas e ouros abutres capitalistas.
É preciso pressionar também a direção da CNTE (Confederação Nacional dos Trabalhadores da Educação), para que convoque uma mobilização nacional, uma greve geral da Educação contra a volta às aulas em plena pandemia.
Os estudantes também precisam passar por cima da orientação reacionária das direções do movimento estudantil (ligadas ao PCdoB) que foram se reunir com secretários da Educação (do Estado e dos municípios) para organizar a volta às aulas, ao invés de se colocar na luta, junto com os trabalhadores da Educação contra o crime da volta às aulas que ameaça a juventude e seus familiares, além dos professores e funcionários.
Estes e outros setores da esquerda, agora, dizem que não é possível mobilizar nas ruas, por conta da pandemia; quando há poucos meses saíram freneticamente às ruas para elegerem seus candidatos nas eleições municipais.
Toda greve na Educação é uma greve política, contra o governo constituído e sua política, e, para ganhar das imposições assassinas dessas poderosas máquinas (que têm apoio da imprensa burguesa), a categoria não poderá sonhar com uma vitória ficando em casa, se manifestando apenas na internet etc.
É preciso superar a política vacilante da esquerda e da burocracia e ganhar as ruas, com os devidos cuidados sanitários.
Essas mesmas lições devem ser aprendidas para a luta dos trabalhadores de todo o País, contra Bolsonaro, Doria e todos os golpistas.