Ao contrário do que apregoa boa parte da esquerda brasileira, o nosso povo têm sofrido todas as mazelas decorrentes da crise econômica e sanitária: além do Covid-19, os brasileiros têm que lidar também com a catastrófica crise econômica, que vem na esteira da pandemia, assim como o criminoso governo de Jair Bolsonaro, “eleito” na gigantesca farsa que foram as eleições de 2018.
Esta esquerda chegou ao ponto de ter comemorado a “grande vitória” que foi a verdadeira esmola, a dizer, o chamado “auxílio emergencial”, que na maioria dos casos chega à “fortuna” de seiscentos reais por mês, como se fosse um grande passo adiante do povo e da esquerda do nosso país. Entretanto, é preciso dizer em alto e bom som que, além de não ser vitória nenhuma – afinal, como o próprio presidente Bolsonaro destacou, trata-se de uma esmola para evitar uma explosão social – a burguesia nacional não tem condições de garantir até mesmo um auxílio irrisório como este.
Para comprovar o que foi dito nos parágrafos anteriores apresentamos um vídeo muito edificante, de autoria do próprio portal golpista G1, do grupo direitista o Globo. O vídeo mostra um pouco do drama sofrido pelos pernambucanos na verdadeira epopéia que é receber o auxílio emergencial do governo Bolsonaro, uma aventura intrépida onde o povo desesperado precisa comer o pão que o diabo amassou para conquistar esta verdadeira esmola.
Não se pode acreditar, sequer por um momento, que o que passam os pernambucanos seja uma espécie de “caso isolado”: as grandes filas. Apenas o estado de Pernambuco conta com 8 mil seiscentas e e quarenta e três casos do Covid-19, e seiscentas e cinquenta e duas mortes provocadas pela doença, de acordo com os números oficiais divulgados no vídeo acima, que, como todos sabemos, estão longe de medir a verdadeira gravidade da crise.
As filas gigantescas, além de mostrar o total descaso dos governos para com a desgraça social provocada pela pandemia, mostram também que estes mesmos governos, que supostamente seriam um ponto de apoio da população com respeito à propagação do vírus, são responsáveis na realidade pela formação de grandes aglomerações, que estes mesmos governos dizem combater. Não se trata de nenhuma novidade, visto que estes mesmos governos, que supostamente combatem as “aglomerações”, nada fazem diante do problema do transporte público, que ainda hoje é uma verdadeira máquina de proliferação da pandemia.
Mas o problema é que mesmo essa esmola não é conquistada pelo nosso povo sem um grande esforço. As enormes filas, que podemos ver não só em Recife, conforme destacado pelo vídeo acima mas em todo o país, são uma demonstração de que os governos de direita e de esquerda não estão capacitados a entregar sequer a esmola prometida, para conter a inevitável explosão popular.
É preciso fazer uma campanha gigantesca junto ao povo pobre e trabalhador, para alerta-lo que a direita não está fazendo absolutamente nada não só para combater o problema da pandemia, como na verdade esta direita se aproveita do caos para levar adiante medidas profundamente anti-democráticas.
A esquerda brasileira levou ao pé da letra a política de lavar muito bem as mãos. No entanto aplicou-a ao povo pobre e trabalhador, que nunca pôde aderir à qualquer isolamento social sob pena de morrer de fome, enquanto que os representantes de categorias que seguem trabalhando, como é o caso dos trabalhadores dos correios, seguem em confinamento, mostrando a disparidade entre os trabalhadores e aqueles que se dispuseram a lutar pelos seus interesses, como representantes sindicais
É preciso que a esquerda, os sindicatos em primeiro lugar, se mobilizem para garantir a segurança e o isolamento não apenas dos trabalhadores de suas próprias categorias mas também da classe operária brasileira em seu conjunto. O nosso dever é mobilizar os trabalhadores em todos os lugares não só em defesa e pela ampliação do isolamento social, como pela derrubada de todo o governo Bolsonaro, que, como está claro para grande parte dos brasileiros, é o maior entrave na luta contra a pandemia e a crise econômica subsequente.