O mundo está passando por uma fase da crise capitalista atípica. A crise que já vem se arrastando há décadas teve sua força potencializada por uma pandemia, o mundo todo está praticamente parado e a Economia mundial que já vinha agonizando se encontra em um cenário caótico que não é visto há muito tempo. Aumento da pobreza, desemprego, população sem renda e uma crise de saúde jamais vista são a realidade encontrada pelos trabalhadores do mundo todo. Dentro desse cenário, os países tiveram que tomar providências para que a explosão social não acontecesse, até mesmo em grandes potencias mundiais como os Estados Unidos. No Brasil, a burguesia política se viu obrigada a gastar dinheiro com os trabalhadores. As medidas de distribuição de renda, mesmo que sejam mínimas, criam uma atmosfera ilusória de que as políticas econômicas estão se encaminhando para tendências diferentes do neoliberalismo, como o keynesianismo. Porém, a real situação é que quando a poeira baixar, mais neoliberalismo será jogado para cima do trabalhador.
As medidas atuais dos governos burgueses para garantir a sobrevivência dos trabalhadores diante da crise é algo mínimo, apenas para tentar impedir uma explosão social. Com uma grande massa dos trabalhadores sem condições alguma de sobreviver diante da crise, afinal a economia está parada, os políticos burgueses se viram na obrigação de abrirem seus cofres antes que o verdadeiro caos se instaurasse. Foi preciso que o dinheiro público fosse gasto com o povo, mesmo que sendo com pouco, para evitar o que uma crise dessa magnitude pode trazer. A revolta que é gerada pela fome, pela falta de condições básicas de vida deve ser freada, para evitar a organização e revolta dos trabalhadores dentro do capitalismo. Não é do interesse burguês que as políticas econômicas mudem nem durante e nem após a crise, as medidas ditas “keynesianistas” foram emergenciais.
Mas o que espera o trabalhador depois da crise? Infelizmente, o capitalismo e o sistema financeiro mundial se encontrará ainda mais prejudicado após a crise, e como sempre, é o trabalhador que irá pagar a conta com as políticas neoliberais ainda mais violentas. Dívidas públicas em valores astronômicos, empresas com grandes prejuízos, a recuperação de tudo isso deve sair do bolso de alguém, e não será da burguesia. Isso já é feito há algum tempo, só pegarmos o caso do Brasil, que se encontra na crise capitalista há anos e o trabalhador teve que pagar por isso com reformas trabalhistas, previdenciária e também a restrição do acesso a políticas de distribuição de renda. E tudo isso pode ser potencializado após a crise que está apenas no começo.
O trabalhador sempre pagou pela crise dos grandes burgueses. A situação atual é que estamos em um cenário que pede e que o trabalhador vê a necessidade da sua organização para que ele não pague pela crise de seus patrões mais uma vez, pois a situação é ainda mais crítica. O mundo não está seguindo tendências econômicas novas, são os trabalhadores que precisam criar esse novo cenário para que não seja pego novamente por políticas neoliberais que só perpetuam a fome, a desigualdade e a pobreza.