Alea jacta est, “a sorte está lançada” em latim, assim disse o general Júlio César ao cruzar o rio Rubicão e invadir Roma, marcando o fim da República Romana e o começo do que ia se tornar o império Romano.
A frase se tornou emblemática de jogada arriscadas, e Bolsonaro está lançando a sua própria sorte ao convocar os atos deste domingo, dia 26. A extrema-direita bolsonarista está convocando manifestações para todo o País em apoio ao presidente ilegítimo.
Mas Bolsonaro não é César, nem de longe. O golpe de César marca uma ousadia enorme, uma coragem descomunal, uma visão política. Os atos de Bolsonaro marcam um governante acuado, um desespero total e uma miopia política.
Os atos são um teste para a máquina do fascista: consegue ele colocar um número significativo de pessoas nas ruas? Consegue ele colocar um número similar ao milhão de pessoas que foi à rua contra o governo de Jair Bolsonaro, conseguirá ele fazer frente ao crescente da palavra de ordem de “Fora Bolsonaro?”
Para ele é uma questão de vida ou morte do governo. Se o governo fracassar nas ruas será mais um prego no caixão dele, se ele conseguir um resultado razoável, ainda que não tão massivo quanto os atos do dia 15 de maio, o governo ganhará uma sobrevida.
O futuro do governo de extrema-direita será decidido nas ruas do Brasil, e principalmente na Avenida Paulista, onde acontecerá o principal ato dos bolsonaristas.
O fracasso da extrema-direita nos atos seria desastroso para eles em duas frentes. Em uma primeira frente pois o governo ficaria completamente impotente diante dos atos que já aconteceram, seria um governo que tem que se sustentar exclusivamente nas camadas superiores da sociedade e no imperialismo (que não o apoia com tanta veemência). Em outra frente o governo teria dado uma arma inestimável a nós da esquerda: a iniciativa política. O fracasso dos atos geraria um impulso para os atos estudantis do dia 30, na mesma semana, e um impulso fundamental para a greve geral do dia 14 de junho, convocada pela Central Única dos Trabalhadores.
Resta agora esperar, a jogada é a da direita bolsonarista, depois virá a vez do povo. Se Bolsonaro fracassar, é preciso tomar a iniciativa e não dar moleza, é preciso pedir a derrubada de Bolsonaro e uma saída democrática, das massas mobilizadas nas ruas.
Fora Bolsonaro!
Liberdade para Lula!
Eleições gerais já!
Lula candidato!