Nesta segunda (3), os metalúrgicos da Renault de São José dos Pinhais, região metropolitana de Curitiba, aprovaram a continuidade da greve por tempo indeterminado pela readmissão dos 747 trabalhadores demitidos pela empresa no último dia 21 de julho.
A posição é correta e mostra uma disposição de luta muito grande por parte dos metalúrgicos, que não aceitaram o rebaixamento salarial, mesmo tendo sido induzidos a esse caminho pela política de sua direção. Isto porque a Força Sindical, central que dirige o sindicato, defendeu a aprovação da MP 936…
A Renault é inimiga dos trabalhadores!
Como se não bastasse defender o rebaixamento salarial, a direção do sindicato, através de seus textos e transmissões ao vivo, propaga a ideia de que os patrões e seus representantes não são todos inimigos dos trabalhadores. Segundo o próprio presidente, Sérgio Butka, em vídeo, o problema foi a mudança da direção da empresa, que trouxe um aumento dos ataques contra os trabalhadores. A ideia é um tanto absurda, dá a entender que antes estava tudo bem entre patrões sanguessugas e trabalhadores explorados quase em regime de escravidão.
A análise do presidente do sindicato, que também é presidente da Força Sindical no Paraná, é uma “história para boi dormir”. “Tudo estava bem até que a direção mudou, demitiu quase 800 trabalhadores, entre os quais estão pessoas com coronavírus, com cirurgias e tratamento médicos marcados ou em andamento, etc.” Isso tudo em plena pandemia e crise econômica brutal.
É como se achasse que os trabalhadores vivessem num país que não sofreu o golpe de Estado de 2016 e fraude eleitoral de 2018. Que não sofreu da violência da burguesia imperialista norte-americana, que financiou a derrubada do governo e a destruição da economia nacional em prol do interesse das suas empresas e sua economia.
Foi com a MP 936, em que o governo Bolsonaro permitiu o rebaixamento salarial, que a Renault viu sinal verde para atacar os trabalhadores!
Nenhum acordo com os patrões! A readmissão dos 747 e a manutenção dos direitos de todos os 7.300 só virá com a derrota dos capitalistas da Renault! Para isso, é necessário radicalizar o movimento, superar a orientação política capituladora da direção da Força Sindical e ocupar a fábrica!