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Partidos e sindicatos

A quarentena e a luta política

Neste momento de crise, sindicatos e partidos de esquerda são serviços essenciais para garantir que a população pobre e os trabalhadores não fiquem a mercê da politica da direita.

Neste último domingo (22/03), o Partido da Causa Operária realizou mutirões em bairros populares em todo o país e gerou uma série de comentários de apoiadores concordando em ir para as ruas, principalmente, das pessoas que estavam nesses bairros populares por estarem tendo algum tipo de apoio e uma política para garantir sua sobrevivência.

Um pequeno setor da esquerda pequeno-burguesa histérica, mesquinha e individualista, contudo, se levantou contra e com argumentos extremamente questionáveis e sem nenhum embasamento para acusações de levar o vírus para as comunidades e que os militantes estariam expostos.

Em primeiro lugar é preciso colocar que a direita e os governos liberais, no caso do Brasil com características fascistas, estão tomando como principal medida o isolamento e a quarentena como forma de combater o coronavírus. É claro que há quem vá dizer que outras medidas foram tomadas, mas todas de maneira bem envergonhada…

Não é de se estranhar que uma das únicas medidas colocadas em prática pela direita é a quarentena, pois é uma medida de aprovar leis que restringem deslocamentos e as forças de repressão para garantir o cumprimento dessas medidas. Ou seja, uma medida que é o forte da direita: reprimir a população.

A esquerda cai como um patinho e tem apresentado de maneira indiscutível que é necessário obedecer a direita e ficar em quarentena, seja o governo que for. Há até setores que dizem que é preciso deixar as diferenças ideológicas de lado e apoiar os governos de direita, como João Doria, Wilson Witzel e do Policial Militar Carlos Moisés, que colocou Santa Catarina em estado de sítio.

Em vários estados e cidades foi instituído a quarentena como única forma de combater o vírus, mas a maior parte da população não tem a mínima condição de se manter em quarentena. Isso porque boa parte dessa população vive do trabalho informal, ou seja, não pode deixar de trabalhar porque senão não terá condições financeiras para se manter. Outra parte dos trabalhadores, que não estão no trabalho informal, não tem a opção de deixar de trabalhar ou de fazer o trabalho em Home office, porque seriam demitidos.

Em todos esses casos, os trabalhadores informais e formais vivem nas periferias ou, mais especificamente, nas favelas do país superadensadas e com casas minúsculas impossíveis de ficar em quarentena e sem nenhuma infraestrutura básica. E esses locais, como dizem diversos especialistas e lideranças de bairros populares, vão dar lugar a um genocídio. Isso sem falar nos moradores de rua, presídios e territórios rurais.

Ainda estamos no início da pandemia no país e as condições ainda não se deterioraram tanto, mas o caos já se estabelece em alguns locais devido as proibições de mobilidade, de fechamento de comércios e da repressão ao trabalho informal.

Partidos políticos e sindicatos são serviços essenciais

Nesta situação crítica, somente deveriam estar trabalhando e em condições especiais, os trabalhos que são essenciais, como setores da alimentação, de medicamentos e outros que não podem parar nessa pandemia. É claro que em condições de segurança total que não devem ser definidas pelos patrões que só estão interessados nos lucros, e sim pelos próprios trabalhadores e suas organizações.

Quase a totalidade da esquerda vê a necessidade de serviços essenciais em funcionamento, mas esquece partidos de esquerda, movimentos sociais e sindicatos são serviços essenciais, mais do que nunca, nas condições de governo Bolsonaro e avanço de uma pandemia dentro do país.

Essa é uma afirmação que tem que ficar muito clara para a esquerda, suas organizações e militantes. Um bom exemplo é no caso dos médicos. No desenvolvimento do coronavírus e o agravamento da situação e de um caos, os médicos e funcionários da saúde pública não terão como enfrentar e resistir ao vírus sem apoio total do Estado. Sem equipamentos, remédios, número de profissionais e as condições adequadas até esses profissionais vão acabar sendo contaminados e ocorrendo o pior.

Fica evidente a importância dos partidos políticos e sindicatos. Em meio a esta crise, sindicatos fecharem as portas e militantes partidários se esconderem na quarentena revela uma enorme confusão sobre o papel dessas organizações para os trabalhadores.

Partidos de esquerda e sindicatos deveriam estar organizando a população e os trabalhadores para enfrentar essa enorme crise econômica e de saúde pública e não correr para suas casas e se isolar, ou apresentar que a luta é nas redes sociais ou nos famosos “panelaços”.

Neste momento a classe operária e a população pobre não está sendo preparada e está sem nenhum plano de enfrentamento da crise. Essa imobilidade dessas organizações levará os trabalhadores a sofrerem ainda mais as consequências do que se estivessem sendo organizados e com um programa de reivindicações antes da instalação do caos.

Especialistas afirmam que o coronavírus no Brasil não vai ser igual a contaminação na Itália, e sim muito pior. Aqui não temos as mínimas condições para o enfrentamento do vírus, com uma população mais pobre e possivelmente pessoas vão morrer na frente dos hospitais ou sem nem saber que estava com o coronavírus. Nos EUA existem um quantidade enorme de profissionais da saúde contaminados porque o Estado e as empresas privadas não oferecem as mínimas condições de trabalho. Se os partidos e sindicatos não organizarem essas categorias e a população, neste momento de início de contaminação, os trabalhadores pagarão caro e muitas vezes com a própria vida porque quem deveria estar lutando, está se escondendo. Como um pequeno burguês egoísta, histérico e individualista. E não um militante de esquerda.

Quem vai garantir a eficiência da quarentena é os partidos e sindicatos dos trabalhadores e não as medidas repressivas da direita que não vai dar nenhuma condição para essa medida. A política criminosa não é ir para as ruas organizar o povo, como faz o PCO. A política criminosa é se esconder dentro de casa e deixar a população a mercê da direita e dos riscos de não ter recursos para sobreviver. Isso porque o coronavírus não vai durar 15 dias e, muito provavelmente alguns meses, e até mesmo quem conseguiu fazer quarentena em casa vai ter que se sujeitar a se contaminar para ir atrás de alimentos e meios de sobrevivência. E o governo não vai garantir que isso ocorra de maneira adequada e segura.

Os partidos políticos de esquerda e sindicatos são um serviço essencial para enfrentar essa crise e o papel de seus militantes é ir para as ruas para travar uma luta política, estar ao lado do povo e com um programa de orientações e reivindicações. Evitando assim, uma situação de caos total e muitas mortes.

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