Pesquisa realizada pela Universidade de Duke – considerada uma das mais prestigiosas do mundo – com diretores de grandes bancos de investimentos, dão o tom do pessimismo que toma conta com relação a evolução da economia norte-americana e da mundial para o ano de 2020.
Mais da metade dos diretores consultados apontam que a economia da principal potência mundial está desacelerando e que a possibilidade de que entre em recessão é não apenas real, como o mais provável.
Segundo o coordenador da pesquisa, John Grem: “Diretores financeiros dos EUA estão preparando suas empresas para a recessão. Eles estão cortado gastos, acumulando dinheiro em espécie, reforçando a situação financeira e tomando outras medidas para se preparar para a queda” (sítio Sputniknews).
Na mesma linha de Grem, o economista chefe do Saxo Bank , Stin Jacobsen, declarou em entrevista que “Uma recessão nos EUA é bastante provável. No quarto trimestre de 2019, o crescimento do PIB dos EUA ficou entre 0,2 e 0,3%, e podia mesmo ser negativo. No início de 2020 o país deve ficar muito próximo disso. Um sinal claro do início de uma queda econômica foi a situação com a variação da taxa de juros, que prevê recessão com uma probabilidade de sete em oito”. (reproduzido do mesmo sítio)
Embora a pesquisa reflita um pessimismo vinculado a guerra comercial entre os EUA e a China – inclusive demonstrando um desalento quanto a uma evolução positiva das negociações em curso entre os dois países -, existe toda uma corrente de analistas de mercado que avaliam que o mundo caminha para a retomada da crise de 2008, que foi momentaneamente estancada, mas em nenhum momento superada.
Aliás, o atentado dos Estados Unidos contra lideranças políticas e militares do Irã e do Iraque levará a crise política no Oriente Médio às alturas o que fatalmente agudizará mais ainda a crise econômica mundial.
Como se pode observar pelos indicadores da economia mundial, uma eventual retomada da crise se dará em um marco muito mais desfavorável do que em 2008. É pensamento comum, também, entre uma parcela significativa dos analistas do mercado financeiro, que os bancos centrais das principais economias mundiais não terão o fôlego para intervir no mercado como na crise de 2008.
Finalmente, a possível disparada do preço do barril de petróleo como consequência do crescente aumento da instabilidade no Oriente Médio tem tudo para adicionar um ingrediente absolutamente explosivo a uma economia mundial já a caminho da recessão, que é a inflação.