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Genocídio

A politicagem e o desastre da vacinação de Doria e Bolsonaro

O aprofundamento da catástrofe sanitária demonstra que as campanhas de vacinação de João Doria e Bolsonaro não passam de politicagem para as eleições de 2022.

Cada dia fica mais claro a politicagem de Jair Bolsonaro (ex-PSL, sem partido) e João Doria (PSDB) em torno do problema da vacinação. Trata-se de uma disputa política e eleitoral em torno das candidaturas para as eleições presidenciais de 2022.

A enfermeira Angélica está internada no hospital em virtude de infecção pelo coronavírus. Ela tomou a 1ª dose da vacina Coronavac em 19 de janeiro, porém deu entrada no hospital em 23 de fevereiro. Isto é, somente a primeira dose da vacina foi administrada, embora seja evidente que só é possível ter alguma eficácia com a aplicação das duas doses do medicamento. Logo uma profissional da área da saúde, que tem estado na linha de frente no enfrentamento da doença… Nem mesmo para fins de propaganda a demagogia Doria e dos golpistas funciona…

A campanha de vacinação é um verdadeiro desastre. Uma ínfima parcela de 2,85%  da população foi imunizada com pelo menos uma dose até o momento, o que corresponde a 5,85 milhões de pessoas. Há muitas ações de propaganda política, que querem passar uma impressão de que a situação melhora para gerar dividendos políticos. Mesmo quando se vacina, no caso da Coronavac, é feito de modo desorganizado, sem guardar a dose complementar que deve ser aplicada em 15 dias.  Já foi amplamente noticiado que os dados são inflados, isto é, se vacina com a primeira dose só para parecer que há muitas pessoas sendo vacinadas.

Um fator que dificulta o processo é a baixa eficácia da Coronavac, em torno de 49%. Isto faz com que sejam necessárias mais doses da vacina para causar um efeito significativo. O medicamento russo Sputnik V tem índice de eficácia comprovado de mais de 90%, contudo, o governo federal e a ANVISA não aprovam seu registro. Bolsonaro, como um capacho do imperialismo, procura dar prioridade para os laboratórios ligados aos países centrais, geralmente inimigos políticos da Rússia.

O Instituto Butantan decidiu que a pessoa que tomasse a primeira dose da Coronavac deveria tomar a segunda em 14 dias. O que não está ocorrendo, e o caso da enfermeira comprova. Em diversas capitais, já se verifica uma crise em decorrência da suspensão da vacinação por ausência do medicamento.

A vacina chinesa Coronavac, uma das mais caras e com menor índice de eficácia, é praticamente a única administrada. Existem várias outras, a Oxford/AstraZeneca (Inglaterra), Sputnik V (Rússia), Moderna (EUA), Pfizer BiONtech (Alemanha-EUA), Johnson&Johnson (EUA) e Covaxin (Índia). Cuba desenvolve as vacinas Soberana 01 e Soberana 02. Apesar da quantidade de imunizantes, ocorre que o processo de imunização em massa sequer avança. O general de Exército Eduardo Pazuello, que controla o Ministério da Saúde, diz que em breve o Brasil comprará vacinas, entretanto, não apresenta cronogramas e prazos.

A desorganização da vacinação é expressão de um desastre político e institucional. A destruição do país pelo bloco político golpista é tamanho que sequer há organização para enfrentar a maior catástrofe social e sanitária da história. Enquanto isso, são registradas acima de mil mortes pelo 34º dia consecutivo, com mais de 10 milhões de casos confirmados e 248 mil mortes, segundo os dados oficiais, já reconhecidamente subnotificados e manipulados.

Nem mesmo os profissionais da saúde foram imunizados. Com relação à população idosa e em situação de alta vulnerabilidade, pouco foi realmente feito. Para os demais profissionais, como os servidores públicos, não há previsão. Os governos burgueses tratam a questão como um jogo de propaganda. João Doria conta com o apoio da tradicional imprensa capitalista (Folha, Estadão, O Globo), que joga luz sobre alguns aspectos para ocultar a esmagadora maioria dos problemas.

O fato é que, se a situação continuar a se desenvolver neste sentido, a genocídio tende a se intensificar. O governo federal, que controla o Ministério da Saúde, é um obstáculo para o avanço da vacinação. Os governos estaduais de direita seguem a mesma política, buscando se esquivar das responsabilidades e ocultar a realidade. As prefeituras, via de regra, podem fazer pouca coisa, a não ser em determinados municípios do país.

Na verdade, João Doria e Jair Bolsonaro seguem a mesma diretriz política, que se sintetiza na frase: “deixar morrer quem tiver que morrer”. A luta entre os dois políticos burgueses se dá em torno do controle do Estado e visa às eleições de 2022. Quanto à situação povo, este assunto é mais do que secundário. As mortes só são um problema na medida em que geram pressão e desgaste político.

A alternativa defendida pela esquerda de uma “direita civilizada”, seja ela João Doria, Luciano Huck ou Rodrigo Maia, é uma farsa total. Na prática, a direita nacional não possui grandes diferenças para a política bolsonarista: ambos são escravos dos bancos, que irão continuar matando a população para manter seus negócios de pé.

Nem Bolsonaro, nem a direita apresentam qualquer perspectiva para o País que não sejam o aumento desenfreado das mortes, o desemprego e uma profunda crise social. Por isso, é preciso que a esquerda se organize de forma completamente independente da burguesia e se mobilize em torno da derrubada do governo e de um programa verdadeiro de combate à crise sanitária, passando pelo controle da população sobre a vacina, pela vacinação gratuita e não obrigatória e por testes em massa.

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