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O PCdoB e sua "novidade"

A “política dos Comuns” não é mais que a frente com a direita golpista

Cientista politico "comunista" defende política do seu partido de "frente ampla" com setores que deram o golpe, apoiaram a lava jato e a prisão de Lula e elegeram Bolsonaro

Em nota intitulada “O que é a política dos comuns para as eleições de 2020”, publicada no sítio O Cafezinho, na última semana,Theófilo Rodrigues,  pesquisador de Pós-Doutorado no Programa de Pós-Graduação em Ciências Sociais da UERJ e membro do PCdoB , conforme divulgado pelo sítio vinculado a esse partido, o Vermelho, aponta como novidade a política adotada pelo seu partido na atual etapa política, destacadamente para o processo eleitoral de 2020. Diz ele que:

“Uma nova aventura política parece emergir nesse início do século XXI: a política dos Comuns. Movimentos sociais em todo o mundo reivindicam plataformas, programas e práticas que colocam aquilo que chamam de “Comum” no centro do tabuleiro político. Do mundo da sociedade civil para o mundo da sociedade política, esse movimento tem logrado sucesso, inclusive com vitórias eleitorais nas prefeituras de Paris e Barcelona, entre outras. Agora, em 2020, chegou a vez do Brasil.”

E se dispõe a apresentar o que chama de “política dos Comuns”.

O presidente interino do Governo espanhol, Pedro Sánchez, e o líder do Unidas Podemos, Pablo Iglesias.
Da esquerda para a direita: o líder do Unidas Podemos, Pablo Iglesias, e o presidente interino do governo espanhol, Pedro Sánchez, do PSOE

Destaca os casos das duas capitais européias, nas quais o Partido Comunista se coligou com o Podemos e a Izquierda Unida, partidos com posições tão conservadoras que se colocaram contra apoiar o gigantesco movimento de luta pela independência da Calunã e que, recentemente ingressou (o Podemos) no governo, em coligação com um dos principais partidos burgueses e imperialistas da Espanha, o PSOE.

Justamente na capital catalã, essa – onde o centro da luta popular – é a mobilização pela independência e contra a ditadura da monarquia espanhola, Rodrigues apresenta como mérito principal da coligação integrada pelos “comuns”, a vitória eleitoral da coligação e o fato de que “a prioridade da prefeita foi uma forte política de habitação social para combater o processo de gentrificação tão recorrente em grandes centros urbanos”.

Na França, onde há mais de dois meses os trabalhadores estão em guerra contra a “reforma” da Previdência que o governo direitista de Macro quer impor à classe trabalhadora o pcdobista apresenta como mérito uma coligação para as próximas eleições municipais que ocorrerão em março, na qual o Partido Comunista Francês (PFC, vai apoiar a reeleição da atual prefeita Anne Hidalgo, do também reacionário e pró-imperialista Partido Socialista (PS), que vem procurando – sem êxito – conter as mobilizações dos trabalhadores, para privilegiar a disputa eleitoral.

O “exemplo” dos europeus equivale, no Brasil, a uma aliança da esquerda com partidos da burguesia que se apresentam como sendo “progressistas” ou até mesmo de esquerda, mas apoiaram o golpe de Estado, deram votos para aprovar as “reformas” dos governos golpistas de Temer e Bolsonaro contra a imensa maioria do povo brasileiro, apoiaram a criminosa operação lava jato que levou à condenação fraudulenta e à prisão do ex-presidente Lula. Uma política que, obviamente, nada tem de nova e que vem sendo colocada em pratica pelo PCdoB, PT, PSOL etc. nas últimas eleições, nas quais estabeleceram um verdadeiro “vale-tudo” típico da política reacionária da burguesia, totalmente estranha aos interesses dos trabalhadores e à sua necessidade de se organizar de forma independente da burguesia golpista para defender suas reivindicações.

Mas é justamente isso que esta buscando o PCdoB e que Theófilo Rodrigues, chama de novidade ou de “nova aventura política” para ser mais exato.

Resultado de imagem para Capas da Revista Isto é outubro 2016 Freixo
Capa do pasquim da direita contra o candidato conservador que concorria com Freixo, no Rio de Janeiro

No Brasil, um dos primeiros ensaios desse tipo de movimento social e político ocorreu na eleição municipal do Rio de Janeiro. Por isso mesmo o autor busca trazer exemplo já “superados” de alianças da esquerda no passado (como na coligação PCdoB e PT, nas últimas eleições municipais), ao mesmo tempo em que enaltece Marcelo Freixo, do PSOL, defensor ardoroso da política repressiva da direita (como no caso das UPP’s), que – segundo Rodrigues –  “também opera uma política dos Comuns”, que “foi ao segundo turno naquela eleição, porém perdeu para o conservador Marcelo Crivella (PRB)”, deixando de lado que o candidato psolista teve explicitamente o apoio de setores fundamentais da direita golpista (como a Globo e Veja).

Segundo Rodrigues, “o movimento dos Comuns no Brasil está alicerçado em cinco grandes eixos temáticos: a defesa dos direitos humanos; a inovação tecnológica como ferramenta para a participação, deliberação e transparência; o desenvolvimento sustentável; a democracia; e a resistência ao governo autoritário de Jair Bolsonaro”. Eixos tão vagos que permitira ao partido, como já fez nas eleições de 2016 e 2018 (nos Estados) e vem fazendo repetidamente na situação política: se juntar a patronos do golpe de Estado como PSDB, DEM, PSD e outros, sob o “rótulo” vagos como “democracia” e “resistência”.

O aturo também anuncia que os “Comuns buscam a radicalização da democracia”. Assim o “novo” caminho para a democracia seria se juntar aos patrocinadores do golpe (como FHC e seu PSDB, e Rodrigo Maia, e seu DEM, etc.). Essa frente ampla com os golpistas o PCdoB vem chamando de “frente ampla”, a qual em nada se diferencia das alianças ultra reacionárias já realizadas centenas de vezes pelos “comuns”e outros setores da esquerda, como no governo da frente popular que junto o PT e o próprio PCdoB com partidos como MDB, PSD, PTB etc. etc. e cujos resultados desastrosos são amplamente conhecidos pelo povo brasileiro.

Palavras não bastam para mudar a realidade. Deixada a falação de lado e encarando-se os fatos como eles realmente são a  “política dos Comuns” não passa de uma frente ampla eleitoreira, reacionária e que se opõe – pelo vértice – à perspectiva de organizar uma luta real contra o governo ilegítimo de Bolsonaro. Busca apenas colher medíocres resultados eleitorais que nem de longe terão a ver (caso se concretizem) com uma perspectiva de luta, revolucionária mas que visa estabelecer uma saída “comum” com setores da burguesia diante do avanço da crise e da política da direita (aí incluído o auto denominado “centro”) de lançar na fome e na miséria, milhões de trabalhadores, impor uma brutal ditadura contra a maioria do povo (mesmo que use o nome de “democracia”). Os comuns não se propõe a luta contra essa ofensiva, mas apenas a conquistar um espaço maior no apoderado regime golpista.

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