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Uma esquerda desesperada

A política de terra arrasada não é de esquerda, é reacionária

Renato Rovai e Luís Carlos Azenha defendem uma política do quanto pior melhor, que só pode levar à desmoralização da esquerda

No último dia 28 de fevereiro, o editor da revista Fórum, Renato Rovai, retuitou um comentário do perfil do sítio Viomundo, do jornalista de esquerda, Luís Carlos Azenha, sobre a questão do auxílio emergencial.

“A esquerda é burra de forçar Bolsonaro a dar auxílio emergencial, que está provado: aumenta a popularidade dele. Prefeitos e gov paguem 100 paus de auxilio local e deixem que o Bolsonaro se arrebente. Expliquem que é o limite do primo pobre!”

Rovai afirmou que “tende a achar que o Azenha tem razão”. A posição dos dois jornalistas é bastante elucidativa sobre a completa desorientação política da esquerda brasileira.

Em primeiro lugar, é preciso explicar o que significa, do ponto de vista concreto, tal proposta defendida pelos jornalistas. Segundo eles, o correto da esquerda seria deixar de pressionar o governo, ou dito de outra forma, não mobilizar o povo para conseguir um auxílio decente. Feito isso, os locais onde há governadores de esquerda deveriam pagar míseros 100 reais de auxílio. O resto do povo, que se exploda. Na realidade, o povo todo que se exploda.

Por trás dessa política está a ideia de que a esquerda não deveria defender um programa para o povo. A esquerda deveria condicionar a defesa dos interesses do povo ao resultado eleitoral. É uma espécie de compra de votos às avessas. Numa compra de votos normal, o político dá algo para que o eleitor vote nele. Nesse caso, o político da esquerda deveria deixar o povo sem dinheiro, morrendo de fome, para que supostamente ele receba os votos.

Segundo os dois jornalistas, as tradições da esquerda deveriam ser jogadas na lata do lixo. A ideia de defender o direito do povo incondicionalmente, de não depender essa política à eleição, na cabeça dos dois jornalistas seria uma política equivocada. Esperteza mesmo é condicionar a defesa do povo ao resultado eleitoral.

Essa política absurda, que prevê matar o povo de fome, tem uma explicação. Um setor da esquerda está tão desesperado que começa a defender qualquer coisa em nome de que precisa ganhar a eleição. É o vale-tudo por um punhado de votos. Vale inclusive fazer a população passar fome, passar necessidades.

Essa política, de um oportunismo rasteiro, compara-se ao que os tucanos e a direita golpista em geral fizeram na época do golpe contra Dilma Rousseff. A direita queria ver o Brasil queimar, e em certo sentido ajudou a colocar fogo no País, para justificar a queda de Dilma.

O grande problema é que essa política só funciona, quando funciona, para a direita. A direita consegue seus objetivos eleitorais com base em uma política de ataques contra o povo e através da manipulação eleitoral. A esquerda, por sua vez, só é esquerda porque defende os reais interesses do povo e entende que a mobilização dos trabalhadores em busca desses interesses é o que o faz evoluir politicamente. Quanto melhores as condições de luta do povo, maior é o crescimento da esquerda, tanto eleitoral, mas principalmente um crescimento real, ou seja, um apoio real na população.

A política proposta pelos jornalistas, além de desastrosa, é desmoralizante e só pode resultar numa consequência pior daquela esperada por eles, ou seja, a derrota da esquerda.

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