Enquanto o vírus corona ameaça matar milhões de trabalhadores no mundo inteiro, sindicatos e partidos de esquerda fecham suas portas e repetem o lema da burguesia “fiquem em casa”. Para a burguesia a frase é empregada de maneira cínica e criminosa, pois enquanto de suas janelas a burguesia adverte que é preciso ficar em casa, nada é feito para que os trabalhadores possam por em prática esse plano, pelo contrário, são obrigados a irem trabalhar sem equipamentos ou medidas para protegê-los do vírus. Além do que, ficar em casa por si só não resolverá o problema, todos os estudos apontam para a necessidade de fazer testes no maior número de pessoas para poder conter o vírus.
A crise explicita os interesses opostos entre as classes sociais, enquanto os banqueiros recebem trilhões, os trabalhadores ficam com as migalhas. O serviço público de saúde e as pesquisas científicas são sucateados, a direita faz de tudo para salvar a burguesia e jogar a crise nas costas dos trabalhadores.
Os partidos de esquerda e os sindicatos são os instrumentos da classe trabalhadora na luta de classes. Em crises como essa, onde fica evidente o dolo da burguesia, aos trabalhadores só resta uma saída coletiva através de suas ferramentas de luta.
Os partido e os sindicatos deveriam, assim como os médicos, estar no fronte de batalha, realizando amplas campanhas de mobilização, para organizar uma luta efetiva contra a burguesia. Reivindicar paralisações do setores não essenciais com todas as os direitos garantidos é o um começo. Para os trabalhadores das indústrias que não podem parar (alimentação e saúde), a esquerda deve imediatamente exigir condições para trabalhar durante a crise.
Nos bairros populares é preciso ser feito um levantamento para saber as reais condições em que a população vive, e formar comitês de bairro que que organizem os moradores em torno de atividades para garantir a sobrevivência de todos e para cobrar o poder público. Há muito trabalho a ser feito, estamos diante de uma das maiores crises que o sistema capitalista já se deparou.
Diante da enorme tarefa de organizar os trabalhadores a esquerda pequeno-burguesa opta por repetir a política da burguesia. Ficar em casa encobre a ausência de vontade de resolver a crise. Ao invés de mobilizar toda as forças para acelerar a produção da indústria da saúde, e garantir a vida dos trabalhadores, a burguesia repete que as pessoas devem ficar em casa maquiando a crise.
Também aproveitam a situação para avançar com projetos que antes encontravam dificuldades. Aumento de leis repressivas em nome do respeito a quarentena, implementação do ensino a distância etc.
A esquerda tem um prato cheio para atacar e ao invés disse propõe uma frente ampla. Nessa frente ampla encontramos Mandetta, o ministro da saúde que fez campanha para privatizar o SUS. Dória e Witzel, eleitos por fazer campanha junto a Bolsonaro e responsáveis pelas maiores atrocidades contra a população nesses últimos anos, e um penca de outros políticos envolvidos no golpe, na prisão de Lula e na eleição de Bolsonaro.
Fica claro que, na verdade, a esquerda se apega a instituições falidas na esperança da crise e da polarização política passarem e conseguirem, sem luta, um cargo eleitoral, enquanto o povo é deixado a própria sorte.