Por quê estou vendo anúncios no DCO?

No Brasil e nos EUA

A polícia é inimiga do povo negro e deve ser dissolvida

O racista Sérgio Camargo, atual presidente da Fundação Palmares, veio a público dizer que a polícia é aliada do povo negro

No dia 14 de junho, o racista Sérgio Camargo, presidente da Fundação Palmares, declarou, por meio das redes sociais, que a polícia seria aliada do povo negro:

A polícia é um aliado dos negros, nossos inimigos são os bandidos.

A declaração é, naturalmente, uma provocação ao movimento negro, uma vez que, nos Estados Unidos e na Europa, o povo tem saído às ruas contra o assassinato de um negro por parte da polícia norte-americana. No entanto, é preciso compreender que, muito além da provocação, a frase emitida por Sérgio Camargo encerra um programa muito bem definido.

Considerar que a polícia persegue os “bandidos” é parte da ideologia da classe dominante para justificar uma perseguição brutal ao povo pobre e negro. A princípio, ninguém seria contrário ao Estado gastar bilhões de reais de seu orçamento para combater o “mal” — isto é, os “bandidos” que, por alguma suposta falha de caráter, a paz social. Essa tese, no entanto, não passa da mais pura fantasia. Jamais haverá paz social enquanto houver o Estado capitalista, promotor de todo o tipo de desigualdade. O problema não está no caráter dos “bandidos”, mas sim na burguesia que atira milhões de pessoas para a pobreza e para a miséria.

Para qualquer pessoa que viva no Brasil, o que falamos acima é mais ou menos óbvio. No entanto, quando a esquerda pequeno-burguesa decide abordar o problema da esquerda, sempre se manifesta uma enorme confusão. Esses setores da esquerda ora apresentam a polícia como inimiga, que matam pessoas como George Floyd, ora como companheiros trabalhadores, que fazem greves pedindo mais armamento para massacrar o povo, ora como uma corporação dividida entre heróis da pátria e “maçãs podres”. Essa concepção só poderia levar a uma política errante.

É preciso anunciar claramente que a polícia não é uma aliada do povo negro, nem nunca poderá ser. A polícia é uma corporação contratada, financiada, sustentada e controlada pela burguesia. É, em última instância, uma guarda treinada unicamente para proteger o patrimônio dos capitalistas. Acaso a polícia está nas ruas para prender o patrão que atrasa salário e o patrão que obriga seus funcionários a cumprirem jornada extra? Alguém já viu a polícia sair às ruas para prender os políticos que entregam as empresas estatais para os sanguessugas do capital externo? É claro que não! A polícia, via de regra, só prende e reprime o povo em três circunstâncias: tráfico de drogas, roubo e depredação de patrimônio público. Todos eles, “crimes” que só são cometidos pelas camadas mais desfavorecidas da população.

O tráfico de drogas é um crime inventado para que a burguesia tenha autorização para tocar o terror nas periferias do País e prender o povo negro e pobre. Os responsáveis pelo tráfico são a burguesia, que nunca é punida. De qualquer modo, se o tráfico deixasse de ser considerado crime, milhões de pessoas simplesmente estariam fora da cadeia. O roubo, por sua vez, é a expressão mais clara da desigualdade social. Quem rouba é porque não tem, e quem não tem é o povo pobre e, fundamentalmente, negro. Se a burguesia não roubasse os trabalhadores diariamente, não haveria o “roubo” praticado pelo povo pobre. E a depredação, por sua vez, é o resultado da revolta do povo, que explode depois de se dar conta de como é massacrado dia após dia.

Como podemos ver, o papel da polícia é, de um ponto de vista legal, o de punir o povo pobre e negro. Isso, contudo, não exclui todos os expedientes ilegais que a polícia, enquanto corporação treinada e controlada pela burguesia, cumpre em sua perseguição ao povo pobre e negro. Os falsos flagrantes, os assassinatos desmotivados e os crimes de “desacato” ilustram isso.

Tendo tudo isso em mente, perguntamos, como a polícia poderia ser aliada do negro? Ora, de maneira alguma. A menos que o negro do qual estamos falando seja um “negro de alma branca” como Sérgio Camargo, um “negro da casa” que, por fazer parte de um governo da burguesia branca e racista, acha que a cor de sua pele mudou. Por isso, o povo negro de conjunto não pode apresentar uma posição vacilante em relação à polícia: é preciso dissolver já a Polícia Militar.

Gostou do artigo? Faça uma doação!

Apoie um jornal vermelho, revolucionário e independente

Em tempos em que a burguesia tenta apagar as linhas que separam a direita da esquerda, os golpistas dos lutadores contra o golpe; em tempos em que a burguesia tenta substituir o vermelho pelo verde e amarelo nas ruas e infiltrar verdadeiros inimigos do povo dentro do movimento popular, o Diário Causa Operária se coloca na linha de frente do enfrentamento contra tudo isso. 

Diferentemente de outros portais , mesmo os progressistas, você não verá anúncios de empresas aqui. Não temos financiamento ou qualquer patrocínio dos grandes capitalistas. Isso porque entre nós e eles existe uma incompatibilidade absoluta — são os nossos inimigos. 

Estamos comprometidos incondicionalmente com a defesa dos interesses dos trabalhadores, do povo pobre e oprimido. Somos um jornal classista, aberto e gratuito, e queremos continuar assim. Se já houve um momento para contribuir com o DCO, este momento é agora. ; Qualquer contribuição, grande ou pequena, faz tremenda diferença. Apoie o DCO com doações a partir de R$ 20,00 . Obrigado.

Apoie um jornal vermelho, revolucionário e independente

Em tempos em que a burguesia tenta apagar as linhas que separam a direita da esquerda, os golpistas dos lutadores contra o golpe; em tempos em que a burguesia tenta substituir o vermelho pelo verde e amarelo nas ruas e infiltrar verdadeiros inimigos do povo dentro do movimento popular, o Diário Causa Operária se coloca na linha de frente do enfrentamento contra tudo isso. 

Diferentemente de outros portais , mesmo os progressistas, você não verá anúncios de empresas aqui. Não temos financiamento ou qualquer patrocínio dos grandes capitalistas. Isso porque entre nós e eles existe uma incompatibilidade absoluta — são os nossos inimigos. 

Estamos comprometidos incondicionalmente com a defesa dos interesses dos trabalhadores, do povo pobre e oprimido. Somos um jornal classista, aberto e gratuito, e queremos continuar assim. Se já houve um momento para contribuir com o DCO, este momento é agora. ; Qualquer contribuição, grande ou pequena, faz tremenda diferença. Apoie o DCO com doações a partir de R$ 20,00 . Obrigado.

Quero saber mais antes de contribuir

 

Apoie um jornal vermelho, revolucionário e independente

Em tempos em que a burguesia tenta apagar as linhas que separam a direita da esquerda, os golpistas dos lutadores contra o golpe; em tempos em que a burguesia tenta substituir o vermelho pelo verde e amarelo nas ruas e infiltrar verdadeiros inimigos do povo dentro do movimento popular, o Diário Causa Operária se coloca na linha de frente do enfrentamento contra tudo isso. 

Se já houve um momento para contribuir com o DCO, este momento é agora. ; Qualquer contribuição, grande ou pequena, faz tremenda diferença. Apoie o DCO com doações a partir de R$ 20,00 . Obrigado.