Por Izadora Dias
Preocupadas com o assédio contra as mulheres no carnaval paulistano, que em 2020 foi um dos maiores carnaval de rua do país, a Comissão Feminina do Carnaval de Rua – São Paulo, um grupo de mulheres representantes de 49 blocos carnavalescos, articulou com a prefeitura do PSDB em São Paulo ações para garantir segurança para as foliãs durante os dias de festa.
Dentre as diversas reivindicações como distribuição de camisinhas femininas, mais banheiros, transporte público por 24 horas, mais médicos, a qual me chamou atenção é o pedido por mais policiamento.
A questão é: como a polícia irá proteger as mulheres contra a violência e assédio, se o número de mortes causadas pela mesma instituição tem aumentado exponencialmente? Será a polícia do Doria, orientada a atirar para matar, a saída para as mulheres curtirem o carnaval em segurança?
Há dois meses a jovem Luara de 18 anos, foi uma das vítimas estranguladas pela Polícia Militar na chacina em Paraisópolis. Ano passado, enquanto policiais dispersavam um bloco com bala de borracha e spray de pimenta, impondo toque de recolher a população, um agente de segurança foi bem direto com uma mulher ferida com um tiro de borracha: “Cala a boca que não tenho cerimônia em quebrar cara de mulher”. E não faltaram outros relatos da ação truculenta da PM no último carnaval.
As mulheres não devem confiar e muito menos esperar que os agentes de repressão do Estado, dominado pela extrema-direta, as protegerá. Se querem garantir a sua segurança devem se organizar de forma coletiva e independente em comitês de autodefesa.
Doria e sua polícia não gostam de carnaval, da festa do povo e das mulheres, é preciso mantê-los o mais longe possível de qualquer manifestação popular, pois a PM presente representa mais controle e repressão contra o povo.