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Fantasma da fome assola o País

A partir de janeiro, 24 milhões não terão renda nenhuma

Em meio a mais grave crise econômica já registrada no Brasil, Bolsonaro reafirma seu compromisso em acabar com o auxílio emergencial, colocando o fim de seu governo na ordem do dia

Em matéria de 20 de dezembro, o jornal burguês Folha de S. Paulo publicou uma pesquisa constatando que 24 milhões de brasileiros  (“Auxílio emergencial é a única renda de 36% dos que receberam o benefício, diz Datafolha”) só tem como fonte de renda os repasses do auxílio emergencial. Ainda conforme a matéria, a mera redução do auxílio emergencial, ocorrida em outubro, empurrou mais de 7 milhões de pessoas para condições de pobreza abaixo da linha da miséria, segundo pesquisa da FGV Ibre (Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas).

Ainda assim, o governo mantém-se irredutível no que diz respeito a cancelar o programa de assistência social, o que está previsto para acontecer a partir deste mês de dezembro. Com isso, a população brasileira, severamente afetada pela política da burguesia, marcada pela rapina escancarada, tende a ver uma deterioração em suas condições de vida muito impactantes.

Isso por que governo ilegítimo de Jair Bolsonaro corta o subsídios assistenciais da população sem oferecer, em contrapartida, uma economia vigorosa, com pleno emprego à classe trabalhadora. Pelo contrário.

A reabertura quase total das atividades econômicas, longe de ser acompanhada por uma recuperação dos níveis de emprego, viu a taxa oficial crescer ao longo dos meses: 26% entre maio e junho, chegando a 13,3% no último mês do primeiro semestre. No segundo semestre, já com meses desde a reabertura, o desemprego aumentou ainda mais, fechando o mês de novembro em 14,6%, alta de 9,7%. E isto apenas seguindo as estatísticas oficiais, sabidamente manipuladas.

No acumulado do ano, mais de 11 milhões de postos de trabalho foram perdidos pela mais profunda recessão econômica já registrada no País, que tem 78,6 milhões de pessoas efetivamente desempregadas, segundo dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNAD Contínua), divulgada 27/11 pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Justamente nesse cenário tão adverso para a população trabalhadora que o governo insiste em cortar o auxílio emergencial.

Fantasma do presente

Os dados do desemprego, tendem a piorar ainda mais com a busca desesperada por trabalho. Em meio a uma economia em acentuado declínio, a única certeza em relação aos milhões de pobres, que dependem dos repasses governamentais para se alimentar,  é que estes não conseguirão empregos.

Consequência natural deste ataque econômico contra a população, outra ameaça volta à assombrar a classe trabalhadora brasileira: a fome.

Segundo a Unicef, 30% das famílias brasileiras com renda mensal de até R$4.180,00, passaram fome em algum momento, entre os meses de julho a novembro desse ano. Em setembro, o IBGE apontou que mesmo antes da pandemia de coronavírus, a política golpista já vinha produzindo uma epidemia de fome no País. 10,3 milhões de pessoas sofreram privação severa de alimentos enquanto 84,9 milhões de pessoas apresentaram algum grau de insegurança alimentar no ano de 2019.

Em meio a um cenário de catástrofe sem precedentes para a classe trabalhadora, a prevalência dos interesses da burguesia latifundiária sobre a segurança alimentar da população, levou o País a exportar alimentos no momento em que os demais países do planeta fizeram o inverso, protegendo a produção agrícola nacional para evitar qualquer ameaça de escassez.

O resultado desta política interessante apenas aos capitalistas, colocou a carestia no centro dos problemas nacionais, como um fator extra de pressão contra a classe trabalhadora brasileira, que viu justamente nos alimentos os maiores puxadores da expressiva inflação registrada nos últimos meses.

Exceto por Brasília, onde subiu 10,99%, em todas as capitais brasileiras onde o Dieese estuda o valor médio da cesta básica, foi verificado uma alta superior a 24%, chegando a mais de 36% em Aracajú, e isto, num ano de empobrecimento brutal da população, o que aliás, crescerá ainda mais em função do encerramento do auxílio emergencial.

Lutar por um auxílio maior!

Com a constante reafirmação do governo no sentido de acabar com qualquer programa voltado aos interesses da classe trabalhadora, a mobilização popular torna-se urgente, especialmente nesse cenário onde a epidemia de fome ameaça produzir uma catástrofe humanitária ainda pior no País.

Com a certeza de que Bolsonaro ataca a população pelos interesses aos quais está subordinado, é preciso organizar a população em seus locais de moradia e trabalho, pelo aumento do auxílio emergencial, de modo a proteger os trabalhadores das intempéries produzidas pelo momento de crise.

Sabendo que isto não será feito pelo regime golpista, a mobilização precisa incluir também a luta pelo “fora Bolsonaro” e por Lula presidente, por palavras de ordem que efetivamente ameacem o regime político, orientado para organizar o genocídio do povo brasileiro.

É preciso tirar Bolsonaro do poder imediatamente, dado a reiterada insistência em roubar a população em benefício dos grandes capitalistas, deixando a classe trabalhadora abandonada enquanto a burguesia fica mais rica, e com recursos públicos.

É preciso também enfatizar a preferência popular por Lula presidente, a única liderança política alinhada com os interesses dos trabalhadores, portanto, a única candidatura capaz de impor, pela força do povo, uma mudança nos rumos políticos do País que atenda as massas exploradas, que garanta seus interesses e permita a superação da crise por uma via que beneficie o amplo conjunto da população.

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