Os mais recentes ataques feitos pelo imperialismo à Venezuela colocam em questão não apenas o governo nacionalista de Nicolás Maduro, mas sim, todo o movimento popular latino-americano.
O principal país na ofensiva contra os venezuelanos, o imperialismo norte-americano, anunciou o envio de tropas para a Colômbia, enclave imperialista no continente, do qual, em acordo com a ditadura de Iván Duque, irão “combater o narcotráfico”.
Contudo, este pretexto não é capaz de enganar nem mesmo o mais ingênuo observador. Está claro que não nenhuma urgência em relação ao tráfico de drogas na região, ainda mais que tivesse como resolução uma intervenção dos Estados Unidos e todo seu poderio militar.
Além disso, mesmo que houvesse qualquer caso minimamente novo em relação ao assunto, o pretexto de “combate ao tráfico” é uma desculpa já muito tradicional que, possibilita unicamente, as bases para uma política de massacre à população. No fim, havendo ou não havendo drogas, este é o único resultado desta “luta”.
Porém, neste caso o problema é ainda mais evidente. Os Estados Unidos tentam há anos dar um golpe de Estado na Venezuela, um dos poucos países que sobreviveu até agora à sanha golpista e criminosa do imperialismo.
O governo Maduro já sofreu de inúmeras tentativas de assassinatos, invasões pelo mar e pelo continente, seja de exércitos oficiais ou de mercenários, além do fato de, ter em seu próprio país, um “autoproclamado” presidente, o cachorrinho dos norte-americanos, Juan Guaidó. Agora, com o aprofundamento da crise econômica e do novo coronavírus, o governo dos Estados Unidos se aproveita para intensificar a campanha contra o governo Maduro.
Os ataques foram capazes de quase levar o país a um colapso econômico quando se trata do refino da gasolina e demais materiais. Em qualquer outra situação, Maduro já teria sido derrubado. Foi salvo pelo apoio popular e prestígio que o chavismo possui.
Agora, prepara-se neste cenário uma nova investida. Tropas norte-americanas ocuparam virtualmente o Caribe, uma frota de caráter internacional, com a participação de diversos países em uma tentativa de invasão ao território venezuelano, que sobretudo, é impulsionado regionalmente pelo governo brasileiro. Guaidó, após a invasão de mercenários na Venezuela, declarou que o governo brasileiro não iria impedir nenhuma ação golpista no país.
Todo este cenário não impõe apenas à esquerda venezuelana a necessidade de se mobilizar contra o imperialismo e os golpistas locais, mas sim, à toda esquerda mundial, sobretudo latino-americana, e ainda mais, a brasileira.
Com a derrota do governo popular da Venezuela, o movimento operário sofrerá um forte impacto em todo o continente. Não será apenas uma derrota local, mas um brutal ataque sofrido por todos os países, com a quebra de um dos principais pilares de mobilização em toda região.
Por isso, e a intervenção geral do imperialismo no Brasil, a esquerda brasileira tem como tarefa primordial e urgente impulsionar uma verdadeira campanha em defesa do governo venezuelano e contra a ofensiva golpista do imperialismo contra o país vizinho.