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Civilização versus barbárie

A pandemia não acaba com a luta de classes, acirra-a

Depois de defender o "fica Mandetta", o deputado pelo Psol do RJ, Marcelo Freixo, sai em defesa da "unidade nacional", como a "luta" do bem contra o mal.

Declaração do deputado federal Marcelo Freixo no último domingo, em sua conta no twitter, expressa sem nenhuma margem de dúvidas a política de boa parte da esquerda em defesa da “unidade nacional”.

Segundo Freixo, “A defesa da democracia está acima das diferenças políticas. Por isso os democratas, de todos os espectros ideológicos, precisam dialogar e se unir contra a declaração de guerra de Bolsonaro contra o Brasil no ato do AI-5. O embate é entre civilização e barbárie”.

Em síntese, para o deputado do Psol a democracia é um “valor universal” e o que se coloca é a união de todos os democratas que, independentemente de sua coloração, são boas pessoas, representam a “civilização” para lutar contra Bolsonaro, o fascista, personificação das más pessoas, a “barbárie”.

No mundo real as coisas se apresentam dessa forma? A sociedade está dividida entre os civilizados e os bárbaros? E o que seria exatamente o civilizado? No Brasil, Dória, Witzel, Caiado, Rodrigo Maia, Fernando Henrique Cardoso, entre outros, estão no time dos “civilizados”, por mais incrível que isso possa parecer. 

A política de Freixo e de boa parte da esquerda estabeleceu por “decreto” o fim da luta de classes. Estabeleceu o abandono de quaisquer perspectivas de luta contra a direita e por tabela, contra a própria extrema direita, personificada na figura de Bolsonaro.

Quem foram os responsáveis pelo golpe de Estado de 2016, pela destruição da saúde, pela prisão e banimento de Lula das eleições e pela própria eleição de Bolsonaro, senão os ditos “democratas” que fazem parte da “grande unidade nacional” defendida por Freixo? Aliás, foram os mesmos, pelo menos no sobrenome e na política que defendem, os responsáveis pelo AI 5 original e que culminou com uma das ditaduras mais cruéis já vivenciada no País.

E o que dizer do fim da luta de classes, quando justamente é nos momentos de crise que ela mais se acirra? A esquerda que abraçou de mala e cuia a política de confinamento apregoada pela “direita democrática”, o que vai fazer quando o conjunto da burguesia e seus partidos já decretaram o fim do confinamento, sem disfarces, em um momento em que a curva da infecção do coronavírus está em plena ascensão no País? 

A falsa oposição entre civilização e barbárie dos dias de hoje é a mesma que levou a esquerda mundial, o stalinismo, os reformistas, a ficarem do lado do imperialismo do “bem” contra o imperialismo do “mal” na segunda guerra mundial, condenando os trabalhadores dos diferentes países a lutarem entre si, a morrerem em nome de uma “causa” que não era deles.

A civilização contra a barbárie do Brasil de 2020 é a política da esquerda em colocar o movimento operário, os explorados, a reboque de uma das alas da burguesia, aliás a mais pró-imperialista, quando essas mesmas alas estão irmanadas na defesa de descarregar a crise econômica, agudizada às alturas pela pandemia do coronavírus, nas costas dos trabalhadores.

Se em tempos “pacíficos” a política de “frente ampla”, de “unidade nacional”, já é uma traição aos interesses da classe trabalhadora, em épocas de agudização da crise é potencializada mil vezes. Caso a conta dessa política fosse paga apenas pela esquerda, seria ruim, mas enfim foi uma opção. O problema é que é o povo quem vai pagar a conta, inclusive com a própria vida.

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