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Manobra golpista

A operação eleitoreira e antidemocrática no ato em São Paulo

Muito democráticos com a direita e os fascistas para fazer acordo de cúpula, Boulos e o seu PSOL defendem imposições antidemocráticas para a esquerda nos atos

Esse domingo, dia 28, foi novamente marcado por manifestações pelo fora Bolsonaro e contra o fascismo em várias cidades do País. Rompendo a barreira de setores da esquerda pequeno-burguesa que ainda insistem na política do “fique em casa”, o povo que tem saído nas ruas agora tem que enfrentar uma nova barreira: as manobras da frente ampla.

Em São Paulo, centro da atividade política no País, a manobra direitista dos setores da esquerda ligados à frente ampla ficou escancarada a cada manifestação. Chegou ao ponto de que nesse domingo, emissários da frente ampla, ligados principalmente a parlamentares do PSOL e ao possível candidato à prefeitura, Guilherme Boulos, depois de tentarem obrigar os partidos de esquerda a não levarem bandeiras nos atos, partiram agora para ameaças físicas veladas.

O PCO sempre deixou claro para todos os participantes do ato que não abaixaria suas bandeiras em hipótese nenhuma, já que se trata claramente – a despeito da confusão que possa haver em determinados setores do movimento – de uma política de tipo bolsonarista. Afinal, quem não se lembra do “abaixa essa bandeira” ou do “minha bandeira jamais será vermelha” dos fascistas que saíram na rua a partir de 2013, ajudaram a dar o golpe de 2016 e são a base do bolsonarismo?

É inadmissível que dentro da esquerda haja setores que defendem essa política. Inclusive é preciso ter claro que os partidos de esquerda que são coniventes com tal política, além da capitulação política, estão fazendo pura demagogia eleitoral com os setores despolitizados do movimento.

Uma operação eleitoral

Em que consiste essa demagogia? Ficou muito claro que o movimento das torcidas que se pôs nas ruas para enfrentar diretamente os bolsonarista na avenida Paulista e em outras cidades refluiu. Diga-se de passagem, tal refluxo é produto da política eleitoreira, demagógica e direitista de setores da esquerda. O movimento se tornou, graças a eles, uma casca sem conteúdo, ou seja, permanece apenas um setor minoritário que está se aproveitando do movimento criado anteriormente.

As movimentações são óbvias. Os companheiros desse movimento estão sendo usados para que seja constituída uma corriola de tipo eleitoral. A presença de parlamentares do PSOL nos preparativos do ato, a filiação ao mesmo PSOL do eleito pela imprensa golpista como o “líder das manifestações” e a presença política de Guilherme Boulos mostram que essa é uma operação eleitoral do próprio PSOL.

O PSOL, partido político, não quer bandeiras de partido. O que parece um contrassenso na realidade deixa claro o caráter da manobra. O PSOL não quer levar suas bandeiras porque aposta na demagogia eleitoral. Trata-se de montar uma corriola de cabos eleitorais e não formar um mvimento amplo, democrático e unificado com o objetivo de combater Bolsonaro e o fascismo.

Como acontece em todos os partidos burgueses que têm na eleição a sua principal atividade, o PSOL prefere dissimular sua presença, esconder suas bandeiras, esconder seus reais objetivos, fazer demagogia atrás de votos.

Por que não querem as bandeiras

Fica claro, portanto, porque esses setores não querem bandeiras de partidos no ato. Se todos os partidos levassem suas bandeiras, a operação eleitoral do PSOL seria desfeita. Mais ainda, como o PCO é o único partido que decidiu enfrentar a imposição, o PSOL volta seus ataques contra o PCO.

Esses ataques se transformaram em calúnias, além das “veladas” ameaças físicas. Estão, à boca miúda inventando a história de que o PCO teria sido expulso do ato em São Paulo.

A história real, no entanto, é muito diferente. O bloco do PCO chegou ao ato em passeata, inclusive contando com a participação não apenas de militantes do partido, mas de outros companheiros. Simplesmente, os organizadores do ato “pela democracia” avisaram a Polícia Militar que não aceitariam a presença do PCO e usaram a mesma PM para uma “negociação” sobre a imposição de que o PCO aceitasse abaixar a bandeira, coisa que obviamente foi negada pelo partido.

Assim, os “democratas” simplesmente não quiseram se misturar ao bloco formado por militantes do PCO, anarquistas e companheiros diversos. Bloco do PCO, este que estava com tamanho compatível ao ato dos “democratas”, que como explicamos acima, está se esvaziando por conta da política oportunista de setores da esquerda, em particular o PSOL.

Ainda sobre isso, uma nota importante é a de que o PCO convocou o ato para o MASP antes da convocação feita pelos grandes “democratas”. Apenas após a convocação do ato pelo PCO, os “democratas”, em reunião da qual o PCO foi excluído, decidiram convocar um ato.

É bom lembrar ainda que os “democratas” tinham declarado que seu movimento iria cessar no último final de semana, quanndo foi feito um to em Brasília. Por que então decidiram chamar um ato só depois que o PCO o convocou? A resposta está clara: se apenas o PCO e outros grupos aparecessem fazendo um ato na avenida Paulista, isso prejudicaria as pretenssões eleitorais daquele grupo.

Como se inciou a manobra

Em primeiro lugar, é bom lembrar que o movimento surgiu com o objetivo de enfrentar diretamente os fascistas, ou falando em melhor português, colocar os bolsonaristas para correr.

Vendo o perigo dessa política, a direita iniciou em seus jornais uma campanha “contra a violência” e os “infiltrados e vândalos”. Ao mesmo tempo, acionou um elemento que até o dia anterior se recusava a chamar o povo para as ruas. Guilherme Boulos tirou o pijama, colocou a camisetinha esquerdista e apareceu dizendo que participaria do próximo ato (7 de junho) para “evitar  violência e os infiltrados”. (Incrível coincidência de discurso com a imprensa golpista!)

Mais ainda, ao entrar na jogada, Boulos tomou a liberdade de sentar-se à mesa com os fascistas, intermediado pelo não menos fascista poder Judiciário a pedido do igualmente fascista João Doria, para “dividir” a Paulista com os bolsonaristas.

Muito “democrático” com os fascistas, Boulos e seus emissários assinaram um acordo de rodízio que simplesmente proíbe que a esquerda ocupe a Paulista toda semana, sob pena de multas altíssimas e arbitrárias. Como se pode ver, Boulos e o PSOL são muito democráticos com a direita e os fascistas, mas são bastante autoritários com a esquerda.

Como conclusão, devemos destacar um fato interessante: o PSOL de Guilherme Boulos transformou um ato de enfrentamento com os fascistas em um acordo de cúpula com os próprios fascistas.

Qual o papel da frente ampla da direita nisso tudo?

Por fim, como parte importante da análise do que vem ocorrendo, está o papel exercido pela frente ampla nesse movimento.

A ação de Boulos, como ficou claro pelo desenvolvimento da manobra política, obedece a coordenadas políticas da direita, como o PSDB de João Doria. Boulos, assim como outros elementos do PSOL e o PCdoB, todos apoiadores da operação, integram uma frente ampla com a direita.

Fernando Henrique Cardoso, Luciano Huck, Rodrigo Maia, Ciro Gomes, Michel Temer, José Sarney e mais uma série de bandidos inimigos do povo, todos eles responsáveis pela eleição de Bolsonaro e o bolsonarismo, são aliados de Boulos na frente ampla.

Portanto, a operação para esvaziar o movimento de combate aos fascistas tem duas vias que se ligam: obedecer a política da direita golpista que não quer o enfrentamento e, ao mesmo tempo, garantir a formação de uma corriola eleitoral para o PSOL, usando o que sobrou do movimento.

As cores amarelas no ato dos “democratas” não deixam dúvida que se trata de uma operação direitista. A imprensa golpista  – Globo, Folha de S. Paulo etc – por “coincidência” (mais uma!) divulgou agora que a cor amarela foi “retomada” pelos “defensores da democracia”. Eis a manobra toda se revelando claramente.

“A nossa bandeira jamais será vermelha”, dizem os fascistas bolsonaristas.

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