Os últimos acontecimentos, em escala mundial, especialmente a expansão do contágio do coronavírus, demonstraram que não se deve esperar que os governos tomem medidas efetivas para combater a pandemia e a crise econômica, pois simplesmente não querem fazer isso.
Em primeiro lugar, as vítimas são os pobres, os trabalhadores, gente que a burguesia maltrata desde antes da pandemia. É o povo que os governos burgueses vêm atacando com suas reformas trabalhistas, previdenciárias, etc. Em último caso, faz tempo que a política da burguesia é amplamente conhecida: torturar e matar o povo.
No Brasil, desde o golpe de Estado, os trabalhadores estão sofrendo derrotas após derrotas, em especial por conta da debilidade e capitulação das suas direções sindicais e partidárias.
Com a crise do coronavírus, essas direções recuaram, de fato, e buscaram uma adaptação ao regime dos golpistas, em uma “união” com aqueles que destruíram todos os poucos resquícios de democracia que o regime oferecia. Foi de onde surgiu a política do “#ficaemcasa”, e a conciliação com os assassinos do povo, chegando ao ponto de, em alguns casos, os sindicatos serem oferecidos como puxadinhos dos governos direitistas.
Essa é a principal explicação pelo fato de o povo sofrer tanto ataque e não conseguir reagir, até o momento. Suas lideranças políticas, que deveriam, agora, organizar o trabalhador, estão em quarentena, de portas fechadas, ou, no linguajar mais comum, embaixo da cama.
A experiência do PCO (Partido da Causa Operária) na formação dos conselhos populares mostrou que, como sempre, o povo tem a disposição de lutar pelos seus interesses, e busca todas as formas de fazer isso. Aguarda, por alguns instantes, que suas lideranças tomem iniciativa. Mas, caso nada ocorra, procura resolver seus problemas com as ferramentas que tem à disposição. E o conselho popular é uma saída imediata.
Inicialmente, cumpre um papel de resolver problemas urgentes: máscaras, álcool gel, atendimento de saúde, alimentação. Mas, como se coloca para todos, em seguida surgem os problemas de natureza mais complexa, como a questão da manutenção dos empregos, dos direitos sociais, dos direitos democráticos, enfim, as questões do poder.
É para isto que servem as organizações políticas do povo: para desenvolver a luta contra o Estado e seus mandantes, para colocar em xeque a questão do poder.
O trabalhador, individualmente, não consegue resistir aos ataques da burguesia. É daí que nascem as associações, os sindicatos, os partidos. Sem luta política, não haverá resultado para o povo, a não ser um verdadeiro genocídio, como a burguesia já comprovou estar disposta a levar adiante, em milhares de ocasiões na história do capitalismo.