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Protestos

A mobilização na Colômbia e o temor da burguesia

As mobilizações são tendência em toda a América Latina. A Colômbia demonstra isso e coloca medo em toda a burguesia mundial

No dia 28 de abril, a Colômbia se tornou o mais novo país a confirmar o prognóstico para a situação política na América Latina: a explosão social. Após Equador, Bolívia, Chile, Paraguai, Guatemala, Haiti e muitos outros países e regiões, o povo colombiano sai às ruas contra a destruição de todos os seus direitos através da exploração neoliberal, destruição que levou à crise da pandemia e os 78 mil mortos por conta do coronavírus no país.

A explosão, no entanto, teve como gota d’água a violência policial após manifestações contra uma reforma tributária imposta pelo governo de Iván Duque, governo de extrema direita e aliado dos EUA na região. Não é para menos: segundo as ONGs Temblores e Indepaz, que acompanham as manifestações e têm divulgado os números da repressão no Twitter, já são 47 mortos, 963 detenções, 12 casos de estupro por parte da polícia, 548 pessoas desaparecidas, 28 vítimas de ferimentos nos olhos, 278 agressões policiais e 1876 atos violentos.

A violência, no entanto, já vinha de antes. Após os acordos de paz assinados em 2016, entre o governo colombiano e a ex-guerrilha FARC (Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia), em que a guerrilha se comprometia a se desmilitarizar e o estado garantia que os ex-combatentes não seriam perseguidos, além de outros pontos como a garantia de posições no congresso para as FARC, foram mortos pelo menos 276 ex-guerrilheiros e 904 líderes sociais, além de inúmeros massacres realizados por grupos paramilitares colombianos contra famílias e comunidades inteiras.

O estado não cumpriu com sua parte no acordo (como já era de se esperar), o que levou a uma parcela das FARC a pegar em armas novamente, porém organizativamente muito mais fraca. A outra grande guerrilha colombiana, o grupo ELN, nunca abandonou as armas e não aderiu ao acordo.

Fora os números assustadores da violência policial, vários vídeos que circulam nas redes sociais mostram cenas de completo terror contra os manifestantes, como cenas em que a polícia chegou a cortar a energia elétrica de um bairro para pegar os ativistas no escuro. A falta de uma liderança ajuda também a impedir que a população tenha claro quais são seus objetivos, mas palavras de ordem como o fim da polícia, a retirada total da reforma tributária, uma renda básica durante a pandemia, e o fim de uma lei que na prática privatiza o sistema de saúde colombiano, apareceram.

As mobilizações também fizeram com que a CUT do país se mobilizasse, chamasse uma greve geral e evoluísse, ainda que de maneira muito tímida e recheada de posições pequeno-burguesas como a “desmilitarização da cidade e do campo” em detrimento do pedido do fim da polícia.

Por fim, a imprensa burguesa entrou em pânico com a mobilização colombiana. No Brasil, o Estadão traduziu uma matéria do The Economist na qual o jornal defende que a reforma tributária que aumentava os impostos da pequena burguesia através do imposto de renda e aumentava tributos de produtos de consumo como os alimentos, o que atingiria em cheio toda a classe trabalhadora, seria o “legado de Iván Duque” para as futuras gerações.

Já o G1 se preocupou em alertar para os riscos de se perder o “feeling” e tentar impor uma reforma parecida que gere protestos no Brasil e que possam conduzir um presidente de esquerda ao governo no próximo ano.

Ao mesmo tempo, a ONU pediu para que a violência abaixasse e que as armas fossem utilizadas somente como última alternativa.

Tudo isso indica que a Colômbia pode rumar para uma situação ainda mais explosiva, o que inflamaria não só o país, mas toda a América Latina, seguindo a tendência continental, de mobilização da classe trabalhadora e dos explorados mesmo diante da paralisia das direções operárias.

Ao mesmo tempo, o barril de pólvora que é a região pode explodir a qualquer momento em outros países. Por isso o cuidado antecipado e as declarações da ONU logo após a chacina do Jacarezinho, para que o Brasil não siga o mesmo rumo. No entanto, essa é a tendência e, mais cedo ou mais tarde, o restante do continente também vai se levantar e fazer a burguesia imperialista tremer ainda mais.

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