Jair Bolsonaro voltou a atacar os quilombolas, dessa vez ameaçando de despejo conjunto de povoados que circundam a base de Alcântara. O presidente-eleito declarou em discurso para cúpula da aeronáutica que pretende explorar a área e os moradores: “O que nós queremos fazer é treinar os quilombolas, aquela garotada, para trabalhar na base de lançamento, inserir eles nesse mercado promissor(…).”
Área próxima à base de Alcântara no Maranhão, terra com mais de 100 povoados quilombolas, é objeto de interesse por ser local privilegiado para o lançamento de satélites. A aeronáutica deseja expropriar o terreno há bastante tempo, mas ainda não conseguiu despejar os moradores que tentam regularizar a área protegida. Alvo da cobiça do imperialismo por motivos econômicos e militares a região em que está localizada a base de Alcântara enfrentou deslocamentos compulsórios na década de 80. São terras que remetem ao período colonial e pertence aos quilombolas desde antes da abolição da escravatura.
Não é a primeira vez que Bolsonaro ataca os quilombolas. Em abril de 2017, durante palestra no Clube Hebraica no Rio de Janeiro, ele afirmou pretender acabar com reservas indígenas e quilombolas e expôs publicamente seu desprezo pelos negros “Eu fui num quilombo. O afrodescendente mais leve lá pesava sete arrobas. Não fazem nada. Eu acho que nem para procriador ele serve mais. Mais de R$ 1 bilhão por ano é gasto com eles”, discursou. Dessa vez, atuando como capanga do imperialismo a ideia é despejar comunidades.
É preciso resistir aos ataques contra a população negra e os trabalhadores levantando a palavra de ordem “Fora Bolsonaro e todos os golpistas”, denunciando a fraude eleitoral e as medidas absurdas do capacho do imperialismo. Para isso, é necessário sair às ruas, participar da luta nos comitês e outras organizações e partidos dispostos à derrotar os golpistas e mobilizar os trabalhadores.