Desde quando a Direção da Embraer decidiu demitir 2.500 trabalhadores, e Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos, filiado à CSP-Conlutas, do PSTU, que capitulou vergonhosamente diante da direção da empresa, vem tentando justificar tamanha traição com a crença de que o judiciário, pau mandado, dos patrões e do governo, o tribunal Regional do Trabalho (TRT) resolverá o problema dessas demissões.
Para entendermos um pouco de como se deu a política de rifar os trabalhadores ao atual presidente da Empresa Brasileira de Aeronáutica é preciso voltar até o começo da pandemia do coronavírus. Naquele período, após ocorrer às férias coletivas na empresa, em seguida, o governo golpista do fascista Bolsonaro criou a Medida Provisória 936/2020. Essa MP tem como objetivo a suspensão de trabalhado por dois meses, que podem prorrogados, e pior ainda, reduz os salários dos operários em até 75%.
A Embraer decidiu impor a MP ao conjunto dos trabalhadores e a direção do Sindicato do PSTU decidiu, sem qualquer consulta em que os operários pudessem de fato decidir, presencialmente sobre a famigerada 936/2020, acatar sem qualquer contestação, a decisão a aviação.
Naquele período, a direção teceu, elogios à MP 936/2020, considerando, como sugestão ao governo fascista de Bolsonaro que está com o propósito de fazer dos trabalhadores do país, indistintamente, verdadeiros escravos. Eles disseram que a medida era insuficiente.
Mais uma capitulação
A partir do momento em que se sentiu desimpedida, a direção da Embraer, com presidente novo, o Francisco Gomes Neto que havia entrada em junho, aprofundou o ataque aos trabalhadores e decidiu fazer um brutal corte no contingente de trabalhadores da aviação, como o caminho livre, sem qualquer resistência dos trabalhadores, devido ao freio de sua direção, numa tacada só foram demitidos 2.500, ou seja, 1600 através da imposição do “Plano de demissão Voluntária”, que não tem nada de voluntário, principalmente em um país onde 50% dos trabalhadores estão desempregados, e outros 900 de forma sumária.
A substituição da luta dos trabalhadores pela justiça e governos golpistas
A direção do Sindimetal/SJC da CSP-Conlutas, do PSTU, novamente deu de bandeja a luta dos trabalhadores diante de mais esse brutal ataque à categoria dos metalúrgicos, novamente não houve assembleia e o atual presidente da Embraer teve menos resistência ainda. Os dirigentes inventaram uma assembleia remota, através do facebook e Youtube que durariam entre a sexta e sábado, dias quatro e cinco de setembro respectivamente, onde confirmaram a aprovação da greve. Na realidade, era simplesmente uma justificativa para a reunião de conciliação entre o sindicato, o Ministério Público do trabalho (MPT) e a direção da Embraer que, reafirmou as demissões e que não voltariam atrás.
Naquele período, além da justiça, os “representantes dos trabalhadores” do PSTU procuraram distribuir ofícios para o governo João Doria, do golpista PSDB, para o congresso nacional, dos golpistas da Câmara dos Deputados, do Rodrigo Maya e do Senado Federal do David Alcolumbre, além do governo federal do fascista Bolsonaro.
Quando viu que, de nada adiantava lamber as botas dos quem tem como principal objetivo de entregar todo o patrimônio brasileiro, com o caso da Embraer e que, para isso será preciso demitir um contingente enorme de trabalhadores, o PSTU, que já havia deixado os trabalhadores nas mãos dos golpistas, “orientou” aos trabalhadores que entrassem com processos individuais, ou seja, abandonaram de vez, à própria sorte os demitidos da Embraer e, lavando as mãos como Pôncio Pilatos, entregou de vez ao braço direito dos patrões e seu governo, o Tribunal regional do Trabalho (TRT) os trabalhadores demitidos.
É preciso impedir imediatamente as demissões, defender o emprego, bem como, a readmissão de todos os demitidos e a não privatização dessa e das demais estatais do país. Para isso é necessária à mobilização dos trabalhadores, formação de comissões de fábrica e passar por cima da política covarde e criminosa da direção do sindicato do PSTU, que vem traindo os trabalhadores, capitulando vergonhosa uma atrás da outra, tanto à direção da Embraer, como para as demais empresas que compõem sua base e para o governo golpista do fascista Bolsonaro, utilizando-se da muleta da justiça para tamanha traição.